O Ministério Público do Estado do Pará, através da 3ª Promotoria de Direitos Constitucionais Fundamentais e dos Direitos Humanos de Belém, ajuizou, nesta quinta-feira (15) uma Ação Civil Pública (ACP) de obrigação de fazer contra o município de Belém, requerendo a solução dos problemas identificados no Hospital de Pronto Socorro Municipal Dr. Humberto Maradei Pereira (HPSM do Guamá) e a realização de melhorias.
A medida, de autoria das Promotoras de Justiça Fabia de Melo-Fournier e Adriana Passos Ferreira, foi ajuizada devido a diversas irregularidades identificadas em uma inspeção realizada no dia 2 de junho deste ano, por meio do Procedimento Administrativo nº 012569-003/2021, instaurado para acompanhar o funcionamento do HPSM do Guamá.
Na ocasião, foram identificadas a indisponibilidade de vários medicamentos, inclusive anestésicos, e insumos; os carros de parada cardiorrespiratória não atendiam aos padrões para hospitais; foi constatado que alguns instrumentais estavam oxidados; falta de rouparia para os pacientes; insuficiência de mobiliários; armazenamento impróprio de resíduos sólidos; e demora excessiva para liberação dos resultados de análise laboratorial.
Os médicos também relataram redução do número de plantões; ausências ou presença reduzida de anestesiologistas no centro cirúrgico, em todos os turnos, o que prejudica o fluxo de atendimento; e registros em prontuários em desacordo com as resoluções do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN).
Para resolver as demandas, foi realizada uma reunião com a Direção do Departamento de Urgência e Emergência (DEUE) e do HPSM do Guamá no dia 23 de junho. Na ocasião, os representantes admitiram a existência dos problemas verificados. No dia 21 de julho, foi realizada uma nova inspeção no hospital, com o intuito verificar se as inconsistências haviam sido solucionadas, e foi constatada a permanência de várias irregularidades.
Além disso, no dia 28 do mesmo mês, foi realizada uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) em que foram acordados prazos para a solução das irregularidades, por meio de uma Recomendação Administrativa. O Município respondeu que acataria a recomendação.
Porém, após nova vistoria do MPPA na unidade de saúde do Guamá em 21 de outubro de 2022, a fim de verificar o cumprimento da Recomendação Administrativa, verificou-se que a maior parte dos itens com prazo expirado à época não havia sido cumprida.
Caso as medidas não sejam cumpridas, o MPPA requer seja estipulada multa diária no valor de mil reais, na pessoa do gestor, e sem prejuízo do crime de desobediência, em caso de descumprimento da decisão concessiva da liminar.
Fonte: Com informações do MPPA