Na estrada com o Diário

O Marajó que todo turista ama conhecer 

Ponta de Pedras, Breves, Almeirim, Xinguara, Santana do Araguaia e Augusto Corrêa avançam na gestão do turismo local, com o apoio da Setur

Foto: Jader Paes/Agência Pará
Ponta de Pedras, Breves, Almeirim, Xinguara, Santana do Araguaia e Augusto Corrêa avançam na gestão do turismo local, com o apoio da Setur Foto: Jader Paes/Agência Pará

Luiz Octávio Lucas

O Arquipélago do Marajó é, sem dúvida, um dos principais destinos turísticos do Pará. Em uma visita à ilha você vai ter contato com a história da chegada dos búfalos, artesanato marajoara, carimbó, belas praias e uma simplicidade do povo local que acolhe o turista com o maior carinho.

Marajó, originalmente chamado de Marinatambal pelos nativos da região é o maior e mais bem preservado santuário ecológico da Amazônia, com planícies cobertas de cerrado, matas densas, margens de rios, lagoas e igarapés de vários tamanhos, córregos, dunas e a pororoca, que formam ondas gigantescas onde as águas se encontram.

A ilha de Marajó está separada do continente pelo delta do Amazonas, pelo complexo estuário do rio Pará e pela baía do Marajó. É um destino que começa a ser descoberto pelos turistas brasileiros. Quem decide se aventurar nessas belezas sabe o que o seu encanto proporciona. Você pode experienciar as belezas praianas no meio da floresta amazônica, com casebres e estilo de vida simples bem característico da região Norte do Brasil.

A maior cidade da Ilha de Marajó é Soure, e a maior parte das atrações fica nas proximidades e também tem o município de Salvaterra. São cidades modestas com alguns casarões e lojas que recebem turistas em busca de ecoturismo. Um roteiro na ilha precisa incluir praias, riachos, cultura e gastronomia.

A maior cidade da Ilha de Marajó é Soure, e a maior parte das atrações fica nas proximidades e também tem o município de Salvaterra. Foto: Jader Paes/Agência Pará

A ilha de Marajó encanta pela simplicidade, e é possível encontrar rebanhos de búfalos por toda parte. O Marajó possui o maior rebanho bubalino do Brasil, com quase 3 bubalinos por habitante. A História conta que por volta do ano de 1800 um navio transportava búfalos para a Guiana, e naufragou antes do rio Marajó. Os búfalos nadaram até a ilha e lá se proliferaram até assumirem o lugar como seu habitat. Hoje, eles são usados até pela polícia local como transporte.

Por todo lado nas ruas você os encontra, vários foram domesticados há décadas e são mansinhos. Também há fazendas de búfalos que fazem passeios e queijarias que produzem o famoso Queijo do Marajó (queijo de leite de búfala), também há a fabricação de doce de leite (de búfala) que tem um sabor sensacional, além da carne de búfalo que são iguarias marajoaras e são extremamente macias.

A Ilha do Marajó é um dos recantos mais tranquilos do Brasil, perfeito para um contato real com a natureza, férias sem pressa e um mergulho profundo na cultura ribeirinha. (Com informações do IFPA)

O que você precisa saber antes de visitar Marajó?

  • Internet

Em alguns lugares não há conexão e nem sinal de telefone, por isso sempre deixe combinado com o guia ou com o responsável pelo seu transporte a hora do seu retorno. O mesmo vale para o dinheiro em espécie, pois várias atrações não aceitam cartão ou a maquineta falha o sinal algumas vezes.

  • Transporte no local

Se você estiver só, use o mototáxi, que custa em média R$ 7. Se estiver em grupo divida a corrida com seus amigos, que sai em torno de R$20 para lugares próximos e R$80 para o mais longe.

  • Quando ir?

O “verão” amazônico costuma ocorrer do final de junho a início de novembro, o período é bem quente e costuma proporcionar as melhores experiências. No entanto, saiba que o mês das férias, julho, é o período de alta temporada ocorrendo superlotação nas acomodações e até mesmo custos mais altos. Nada que atrapalhe o passeio, mas é bom se planejar logo, pois, pode ser que você não consiga hospedagem acessível e os bilhetes dos barcos até lá podem estar esgotados.

  • Como chegar na Ilha do Marajó?

Você deve chegar ao Marajó por Belém e comprar uma passagem de lancha expressa, no Terminal Hidroviário. Compre a passagem de ida e volta para Salvaterra e/ou Soure com alguns dias de antecedência, especialmente se for julho. O valor de cada trecho é em média R$49.

Quem faz o trajeto até Soure de lancha rápida é a empresa Golfinho ou Tapajós, e o percurso dura em torno de 2h. A outra opção é ir até Salvaterra com saída às 7h por R$35 e de lá pegar uma van até Soure por R$13. Nesse trajeto, a van passa por uma balsa para atravessar o rio.

Outra opção é ir de carro e pegar uma balsa no porto de Icoaraci (Distrito de Belém) com a empresa Henvil. O trajeto de veículo simples custa R$175 e inclui o motorista, demais passageiros compram passagem separadamente em média de R$30. A travessia dura entre 3 a 4 horas até o porto de Camará.

TRANSPORTE

Horários de saída do Terminal Hidroviário de Belém – Via Golfinho:

Belém/ Salvaterra/ Soure: saída às 8h

Soure/ Salvaterra/ Belém: saída às 5:30 e às 14h

Como os horários variam bastante durante o ano, recomendamos ir lá num dia do seu roteiro em Belém do Pará e comprar para 2, 3 dias depois.

 

Onde se hospedar em Marajó?

Pousada O Canto do Francês

Pousada Ilha Bela

Solar Encanto do Marajó

Hotel Marajó

Também tem algumas opções no Airbnb, melhor para quem viaja em grupo.

 

O que fazer na Ilha de Marajó

Atrações em Soure

Centrinho de Soure

Soure é uma cidade bem simples, algumas lojinhas e restaurantes na avenida principal. Perto do rio tem mais alguns restaurantes e uma orla bem bonitinha para caminhar.

M’barayó

Esse é um dos centros de cerâmica Marajoara feitas por um dos remanescentes nativos. Os índios marajoaras foram uma sociedade que floresceu na Ilha na Era pré-colombiana, sendo que o período mais estudado é entre 400 e 1600. Contudo, a atividade humana na região existe desde 1000 a.C. Há várias peças prontas para comprar e todas tem um significado por trás: várias possuem formatos de animais e cores diferentes, tudo bem natural. São máscaras, vasilhas, pratos e colares, o típico artesanato marajoara.

Praia da Barra Vellha

Para aproveitar ao máximo sua estadia em Soure e visando sua logística dos passeios a serem visitados, aconselhamos você começar passear na Praia da Barra Velha, é a que está mais próxima do centro do município de Soure. Aproveite o caminho e visite o Ateliê Arte Mangue Marajó, que fica a poucos metros de onde se tem acesso à porteira para se chegar na praia. No local, são produzidas as cerâmicas marajoaras além de outros artesanatos.

Praia do Pesqueiro

A Praia do Pesqueiro é a mais visitada em Soure. Foto: Jader Paes/Agência Pará

A Praia do Pesqueiro é a mais visitada em Soure, a que possui maior estrutura para receber os turistas, dispõe de restaurantes onde servem diversos pratos à base de peixe, todos frescos e preparados na hora. Você pode chegar até  ela através de táxis, mototáxis ou, dependendo da sua disposição, ir de bicicleta. Aproveite também e conheça a Vila do Pesqueiro, como diz próprio nome é uma vila de pescadores e está próximo a essa praia, 20 minutos andando.

 

Praia do Goiabal

Esta belíssima praia está dentro de uma propriedade privada de uma fazenda (São Jerônimo), o acesso dela só é possível através dos passeios ecológicos que a fazenda oferece. A Praia do Goiabal já foi cenário de novela da Rede Globo e também do reality show No Limite, além de diversas outras reportagens nacionais e internacionais. Os passeios que a fazenda inclui: passeio de búfalo + passeio de barco + trilha sobre o mangue e trilha sobre a Praia do Goiabal.

 

Praia do Céu

Próximo da Vila do Pesqueiro está a paradisíaca e praticamente isolada Praia do Céu. Para chegar até ela você precisa fazer uma travessia de barco que leva de 10 a 15 minutos. Caminhando pela longa faixa de areia da Praia do Céu, você chegará até a Praia do Caju-Una. A dica quando for querer visitá-la é fazer um passeio de barco do Furo do Volta e Furo do Céu.

 

Praia do Caju-Una

Ao lado da Praia do Céu, a Praia do Caju-Una é a mais isolada e distante do centro de Soure, do Solar Encanto do Marajó até ela são aproximadamente 14 km. Se houver disponibilidade da sua estadia na cidade, não deixe de conhecer essa linda e tranquila praia, aproveite também e conheça a Comunidade do Caju-Una.

 

FAZENDAS

Boa parte das fazendas e sítios de Soure apresenta passeios para os turistas.

Fazenda São Jerônimo

O passeio pela fazenda São Jerônimo é obrigatório para quem vai para Soure, local de várias reportagens nacionais e internacionais, as belezas da fazenda encantam os turistas que a conhecem.

Fazenda Bom Jesus

Safari nos campos equatoriais, a proposta da Fazenda Bom Jesus é fazer uma trilha de aproximadamente 5 km para observação da fauna local: garças, colhereiros, macacos, jacarés, búfalos, cavalo marajoara, entre outros, com destaque para a revoada dos guarás no final de tarde. A fazenda possui também um minimuseu de arte sacra. O passeio é sempre feito à tarde, de segunda a sábado, às 15h30, que tem duração de 3 a 4 horas e está incluso um lanche regional.

Fazenda Mironga

Vivência Mironga: O roteiro sugerido inclui boas vindas, visita a ordenha (se for pela manhã), a queijaria, menu degustação, passeio de búfalo e/ou charrete. Muito tradicional no Pará, o Queijo do Marajó, produzido a mais de 200 anos é o mais reconhecido e tradicional queijo de búfala do Brasil.

Atrações em Salvaterra

Salvaterra, no Marajó. Foto: Rodrigo Pinheiro/Agência Pará

Salvaterra é menorzinha que Soure e é possível acessar de barquinho até Soure (é bem baratinho). A cidade possui um Espaço Cultural onde há diversos artesanatos, alguns restaurantes e lojinhas.

Ruinas Jesuíticas e Praia de Joanes

Uma das principais atrações de Salvaterra são as ruínas do século 18, o que restou da Igreja na colonização no trabalho para catequizar e proteger os índios Ela fica perto da praia de Joanes, um lugar com poucos turistas, muitas árvores e redários, alguns restaurantes além de um centro de artesanato: a Associação Educativa Rural e Artesanal da Vila de Joanes (AERAJ). Aqui eles fazem artesanato sustentável com coisas do mar, do rio e da Amazônia

Praia Grande

Essa é a praia mais frequentada por turistas, especialmente famílias. Tem uma faixa de areia bem generosa e vários restaurantes na entrada da praia.

Alimentação e Cuidados no Marajó

A alimentação na ilha fica por volta de R$90 por dia, por pessoa, incluindo almoço, um eventual lanche e jantar. O valor pode até ser menor caso busque restaurantes mais distantes das praias.

Cuidado com Arraias

As arraias se escondem na areia e é comum algumas delas ficarem parada às margens das praias, então recomenda-se caminhar arrastando-se os pés lentamente para caso você esbarre com alguma, elas possam ser espantadas e saírem de perto.

(Fonte: IFPA)