Distante apenas 15 minutos de barco de Belém, a Ilha do Combu tem mostrado grande potencial para os pequenos negócios locais, com projetos inclusive para impulsionar o turismo, tendo em vista a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para novembro de 2025, em Belém. De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é esperado um fluxo de mais de 40 mil visitantes durante os principais dias da Conferência.
A Fábrica de Chocolate, plantações, restaurantes e galeria de arte a céu aberto são algumas das atrações turísticas da ilha. Nesse sentido, o Sebrae vem desenvolvendo diversas atividades voltadas ao desenvolvimento dos pequenos negócios e a comunidade local.
Um desses projetos é o Agentes de Roteiros Turísticos, que ocorreu em 2023. Por meio do projeto, o Sebrae desenvolveu um roteiro turístico com foco no chocolate artesanal, com a participação de 16 empresas de Belém, incluindo três empresas da Ilha do Combu. O roteiro tem duração de dois dias e está à venda nas agências de viagens parceiras e clientes do Sebrae.
Além disso, o Serviço selecionou 12 empreendimentos da Ilha do Combu para receberem a consultoria de Turismo de Experiência. Cada um desses estabelecimentos criou, com o apoio do Sebrae, um produto de experiência envolvendo cultura e gastronomia. Até o momento, três empreendimentos já têm os produtos prontos para comercialização, inclusive dois deles já foram comercializados. Os outros estão em fase de testes.
O Gestor estadual de turismo do Sebrae Pará, Péricles Carvalho, explica que o projeto Sebrae Tour de experiência é uma nova forma de promover o turismo e a sustentabilidade das empresas das ilhas ao redor de Belém.
“A gente está testando uma nova rota do tour de experiência Sebrae COP 30. O tour começou em fevereiro, onde a gente mostra para as principais pessoas que são acessadas e abordadas pelos turistas em estabelecimentos de hospitalidade, de mobilidade e alimentação fora do lar, os pontos turísticos da cidade. Dessa forma, essas pessoas passam a ter o conhecimento dos pontos turísticos para manter o turista informado quando ele for perguntar”, explica.
“A ideia é mostrar também todo o encanto e a beleza natural não só da ilha do Combu, mas das outras ilhas ao redor de Belém. O nosso propósito é trazer essas pessoas para cá para conhecerem, entenderem como é que funciona essa dinâmica daqui, onde é que pega o transporte, quais são os restaurantes que estão abertos e quais são as experiências que têm disponíveis”, acrescenta.
PACOTES
Quem quer visitar a ilha agora pode fechar um pacote de “tour de experiência”, através das agências de viagens parceiras e clientes do Sebrae. No traslado de lancha ou barco é possível ter a oportunidade de conhecer o projeto Street River, a primeira galeria de arte a céu aberto dentro da Amazônia. Idealizado pelo artista paraense Sebá Tapajós e com a curadoria de William Baglione.
Uma boa opção para comer na ilha é o Restô da Márcia, que tem redes e piscinas naturais. Além disso, promover uma alimentação saudável com produtos frescos, garantindo sabor e livres de agrotóxicos, é um dos objetivos do Restô. O local possui uma horta própria para produção de verduras hidropônicas que são levadas diretamente à mesa para acompanhar os deliciosos pratos tradicionais da gastronomia ribeirinha.
A dona do restaurante, Márcia Evangelista, destacou a importância do Sebrae no Pará para o sucesso profissional do empreendimento. “O Sebrae foi fundamental nesse processo de profissionalização e capacitação do local. Agora eu tenho o privilégio de poder ter essa hidroponia, como pioneira na Ilha do Combu. Hoje o meu cliente come alface, couve, cheiro verde ou coentro, totalmente orgânicos. Isso tudo foi o Sebrae junto com o Senai que nos ajudou”, disse.
Outra parada obrigatória é na Ygara Artesanal e Turismo, uma loja com diversos produtos artesanais para quem deseja levar um pouco do Combu para a casa. Para fechar com chave de ouro, um passeio pela Casa do Chocolate do Combu, que é uma fábrica de chocolates e doces artesanais no meio da floresta amazônica.
O espaço pertence a Izete Costa, conhecida como Dona Nena, que gerencia no local a marca Filha do Combu, uma produção de chocolate e cacau amazônico 100% orgânico. Na oportunidade, é possível caminhar pelas plantações, além de ouvir uma explicação sobre todas as etapas de produção do chocolate. Na Casa de Chocolate também tem uma loja com produtos da marca.
A empreendedora, Dona Nena, diz que é crucial esse incentivo ao turismo na Ilha. “Acho que a gente precisa desse apoio, de estar aqui com a gente, de estar mostrando essa rota, de estar divulgando a ilha e o trabalho de todo mundo. O nosso cacau está em alta, somos o primeiro no ranking, isso é muito importante”, conta.