Conheça Moju, a Terra das Palmeiras

Luiz Octávio Lucas

Na região Nordeste do Pará, no Baixo Tocantins, uma cidade prestes a completar 167 anos espera os visitantes neste verão amazônico de braços abertos: Moju, que em tupi significa Rio das Cobras, está distante apenas 60 km, em linha reta, de Belém, e tem uma população de cerca de 85 mil habitantes.

Localizada na margem direita do Rio Moju, o município é conhecido como Terra das Palmeiras por sediar grandes empresas de coco e dendê. Quem se dispõe a fazer uma visita à cidade encontra um lugar rico em cultura e belezas naturais, cheio de tradições nas comunidades quilombolas, ribeirinhas e indígenas. No veraneio, considerado alta estação, grupos folclóricos, bandas de música e shows das mais diversas manifestações artísticas são atrações para animar os visitantes.

Entre os locais para se visitar em Moju, um dos mais disputados é o Balneário Levi, que recebe milhares de visitantes o ano todo, principalmente nessa época de férias escolares. É no Levi que o público se reúne para aproveitar o Luau, uma festa tradicional com ampla programação cultural durante todo o mês de julho, com shows, desfiles e torneios. Outro evento bastante concorrido é o Concurso Garota Verão.

O balneário fica na margem esquerda do Rio Ubá, distante 5 km da sede da cidade. Confira também as dezenas de igarapés de águas cristalinas que ficam localizados no Rio Jambuaçu.

Um dos destaques da cultura popular local é o grupo folclórico organizado de boi-bumbá, o Boi Tira-Fama. A atração se apresenta nas casas onde é convidado, durante as comemorações festivas da cidade.

O artesanato do município pode ser apreciado em forma de peneiras, tipitis, paneiros e vassouras produzidas da tala. Já os equipamentos culturais de Moju são representados por uma Biblioteca e uma Casa da Cultura.

No campo religioso, na pracinha da cidade, vale a pena fazer uma visita à Paróquia Divino Espírito Santo, cuja festividade é uma tradição de 269 anos na região. O templo fica de frente para o rio e tem um pátio lateral aberto, sendo considerado por visitantes como um oásis de paz, principalmente nessa época de agito de verão. Outra curiosidade é que o sino sempre bate ao meio-dia, ecoando por toda a cidade.

E não é para menos, a tradição católica do local tem seu ápice na Festa do Divino, realizada no mês de junho. Considerada a festividade religiosa mais antiga de Moju, ela comemora a descida do Espírito Santo sobre os discípulos de Jesus no dia de Pentecostes. Seguindo o calendário religioso, a festividade é realizada tradicionalmente 50 dias após a Páscoa. As chamadas “Coroas do Divino”, que no passado teriam sido encontradas por um escravo, são as maiores representatividade para os fiéis.

HISTÓRIA

Um fazendeiro chamado Antônio Dornelles avistou algo a brilhar na margem do rio Moju. Ele mandou um de seus escravos ao local, que tirou da lama um objeto dourado em forma de pomba, que foi identificado como a representação do Divino Espírito Santo. Dornelles mandou confeccionar uma coroa de prata para colocar o Divino e construiu uma capela que logo se tornou centro de animação da fé do povo mojuense.

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