A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) o afastamento do prefeito de Ananindeua (PA), Daniel Santos (PSB), acusado de envolvimento em esquemas de corrupção, fraude em licitação e lavagem de dinheiro. As informações são do blog do jornalista Matheus Leitão, da Revista Veja, que revelou que o pedido se baseia em elementos que indicam que empresas contratadas pela prefeitura teriam custeado bens pessoais do prefeito em troca de vantagens em contratos públicos.
De acordo com o parecer da PGR, o suposto esquema teria movimentado recursos de forma irregular, envolvendo contratos de obras e serviços do município, com pagamentos de despesas particulares do gestor e de familiares. Entre os indícios apresentados, está a compra de uma casa de praia avaliada em R$ 4,1 milhões, que teria sido utilizada para ocultar origem ilícita de recursos.
O pedido foi encaminhado ao ministro Francisco Falcão, relator do caso no STJ. Caso o afastamento seja determinado, Daniel Santos ficará temporariamente fora do cargo enquanto prosseguem as investigações sobre as supostas práticas criminosas.
Acúmulo de Investigações e Repercussão Política
O prefeito de Ananindeua, que também é presidente estadual do PSB no Pará e deputado estadual licenciado, já vinha sendo citado em outras apurações relacionadas à contratação de empresas suspeitas, ao uso de verba pública em fins particulares e a supostas ligações políticas e empresariais que extrapolam o município.
O novo pedido da PGR amplia o cerco judicial em torno de Daniel Santos e reforça as pressões internas no PSB, partido que integra a base de apoio do governador Helder Barbalho (MDB), mas que agora enfrenta constrangimentos públicos com as denúncias.
O caso também reacende o debate sobre governança e transparência municipal em ano pré-COP30, quando Ananindeua e Belém estão sob observação por causa dos grandes investimentos em infraestrutura e parcerias públicas.
A defesa de Daniel Santos ainda não se manifestou oficialmente sobre o pedido de afastamento.
Editado por Clayton Matos