Pará

MPF recomenda que UFPA adote medidas para garantir direitos de pessoas trans

MPF recomenda que UFPA adote medidas para garantir direitos de pessoas trans MPF recomenda que UFPA adote medidas para garantir direitos de pessoas trans MPF recomenda que UFPA adote medidas para garantir direitos de pessoas trans MPF recomenda que UFPA adote medidas para garantir direitos de pessoas trans
Somente as(os) candidatas(os) com inscrição homologada é que estarão aptas(os) a concorrer às 7.668 vagas ofertadas na seleção.
Somente as(os) candidatas(os) com inscrição homologada é que estarão aptas(os) a concorrer às 7.668 vagas ofertadas na seleção. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará

Nesta sexta-feira (22), o Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), recebeu, em sua sede em Belém (PA), sociedade civil, coletivos e movimentos sociais pautados na efetivação de direitos da população LBGTQIAPN+, junto a representantes da Universidade Federal do Pará (UFPA), para discutir medidas para a implementação de ações afirmativas que garantam o ingresso e a permanência de pessoas trans e travestis na instituição de ensino.

Após ouvir as pontuações da população e da universidade, o procurador regional dos Direitos do Cidadão no Pará, Sadi Flores Machado, apresentou medidas que integram recomendação produzida durante o evento, para que os participantes pudessem contribuir com o conteúdo e, assim, fosse assegurada a efetividade da providência adotada pela instituição, conforme as necessidades da comunidade trans.

O documento foi entregue diretamente aos representantes da universidade e recomenda que a UFPA elabore um cronograma objetivo de ações voltado à efetivação dos direitos fundamentais das pessoas trans, com previsão de prazos, providências e recursos destinados para a sua execução. A recomendação também reforça que a construção desse cronograma deve ser feita com a consulta prévia, livre e informada, assim como com a participação representativa e democrática da comunidade acadêmica e da sociedade civil.

Confira as medidas indicadas na recomendação para implementação e aprimoramento de ações afirmativas:

1. Reserva de vagas para pessoas trans nos editais dos processos seletivos de ingresso de discentes e docentes de graduação e pós-graduação, editais de concursos para a seleção de servidores(as) públicos(as) e editais de contratação de colaboradores(as);

2. Políticas de permanência das pessoas trans, por meio de iniciativas institucionais a curto, médio e longo prazo que objetivem prevenir e reduzir a taxa de evasão;

3. Ações institucionais de prevenção e combate à violência, com observância do direito fundamental ao respeito ao nome social de pessoas trans, acesso aos espaços de uso coletivo, a exemplo de banheiros e vestiários, de acordo com a identidade de gênero. As ações devem ser implementadas e consolidadas em caráter permanente e dirigidas a discentes e docentes de graduação e pós-graduação, servidores(as) públicos(as) e colaboradores(as).

A UFPA tem 10 dias para responder ao MPF se acatará ou não a recomendação, bem como quais providências tomará para solucionar os problemas apresentados.

Denúncia – A reunião pública foi realizada após o MPF receber denúncia sobre a falta de cotas de ingresso e de políticas públicas de combate à evasão dessa população em cursos de graduação e pós-graduação promovidos pela UFPA. A denúncia foi realizada durante aula magna da Semana do Calouro da universidade, ocorrida nesta semana.

Nome social – Além de outras queixas relacionadas à violação de direitos de pessoas trans e travestis dentro da UFPA, os participantes também denunciaram a falta de adoção de nomes sociais nas listas de classificados, mesmo com essas pessoas já tendo seus nomes atualizados em documentos oficiais e utilizados nas inscrições do Enem e do processo seletivo da UFPA.

Fonte: MPF / PA