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Técnico Hélio dos Anjos é acusado de homofobia; treinador nega

Técnico Hélio dos Anjos foi expulso da partida e poderá ficar sem dirigir o time bicolor até o fim da Série C. Foto: JORGE LUIS TOTTI-PSC
Técnico Hélio dos Anjos foi expulso da partida e poderá ficar sem dirigir o time bicolor até o fim da Série C. Foto: JORGE LUIS TOTTI-PSC

Nildo Lima

O técnico Hélio dos Anjos, que reclamou bastante da arbitragem do jogo do Paysandu, contra o Volta Redonda-RJ, no último domingo (3), na Curuzu, o que o levou a ser expulso de campo, poderá se queixar muito mais, com ou sem razão, do árbitro catarinense Gustavo Ervino Bauermann.

Em seu relatório, o apitador catarinense carregou contra o treinador bicolor, que pode vir a não dirigir mais o Papão na sequência da Série C do Brasileiro. Gustavo Ervino detalhou em seu relatório as ofensas que teriam sido proferidas pelo treinador bicolor contra a arbitragem, incluindo até ataques homofóbicos.

Os supostos ataques homofóbicos podem acarretar em uma grave punição ao técnico, conforme o artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O item diz que a prática de ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência tem pena prevista de suspensão de cinco a 10 partidas ou 120 a 360 dias, se for praticada por qualquer outra pessoa natural submetida ao CBJD, além da multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

Na entrevista pós-jogo, o treinador criticou a sua expulsão de campo, taxando como rigorosa a aplicação do cartão vermelho que recebeu aos 46 minutos do 2º tempo. “Eu faço a reclamação ali do tempo (de acréscimo), um árbitro experiente me dá cartão amarelo”, alegou Dos Anjos, que seguiu em suas críticas a Gustavo Ervino. “O árbitro estava sendo induzido pelo bandeira do banco. O bandeira foi pedir a expulsão do Bruno (Alves). Como na hora ele deu cartão amarelo? O bandeira pediu minha expulsão”, acusou o técnico.

Dos Anjos colocou em xeque a maturidade do árbitro para dirigir uma partida por um quadrangular decisivo do Brasileiro. “É um árbitro de 27 anos”, questionou. O técnico apelou à Federação Paraense de Futebol (FPF) para que a entidade acompanhe mais de perto a escolha de arbitragem para os jogos do Paysandu na atual fase da Série C. “Quem está representando o futebol paraense é o Paysandu. Então, Federação ou quem quer que seja, ninguém aqui tá pedindo proteção, mas não dá pra trazer aqui um árbitro de 27 anos”, disparou.

O treinador criticou o tempo de acréscimo dado pelo apitador. “Será que era um jogo para cinco minutos?”, indagou. Hélio dos Anjos, também, criticou o critério adotado pelo árbitro na aplicação dos cartões. “No primeiro tempo ele amarelou dois jogadores meus. Logo depois, puxamos um contra-ataque no círculo central, o jogador adversário fez a mesma coisa e ele não deu”, apontou.

O QUE DIZ O CLUBE

A reportagem do DIÁRIO buscou junto ao Paysandu um posicionamento do treinador sobre o ocorrido. Em breve nota, o clube diz que Hélio nega ter usado “palavras homofóbicas”. “As acusações não procedem. Hélio não proferiu palavras homofóbicas contra a arbitragem.”