
Titular absoluto do Clube do Remo desde o ano passado, o goleiro Marcelo Rangel quase ficou de fora do jogo contra o Athletico-PR, na última quinta-feira. Uma rodada antes, ele deixou o campo ainda no intervalo do confronto contra o Operário-PR por causa de dores lombares. Antes mesmo do jogo em Ponta Grossa (PR), ele já vinha reclamando de dores nas costas e acabou dando lugar a Ygor Vinhas, que foi muito bem. Desde então, ele vem fazendo tratamento todos os dias para poder estar em campo e vai continuar assim até amanhã, data do último clássico Re-Pa do ano.
Experiente, Rangel sabe que mesmo a enorme diferença entre as duas equipes, com o Remo disputando o acesso e o Paysandu lutando desesperadamente contra o rebaixamento, o clássico acaba igualando as forças.
Foi assim no primeiro turno, quando a disparidade era a mesma. Para o clássico, o técnico Guto Ferreira ainda não deve contar com o zagueiro Reynaldo, o meia Régis e o atacante Eduardo Melo, todos lesionados, além do lateral-direito Marcelinho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Em contrapartida, o atacante Janderson volta a ficar à disposição justamente depois de cumprir suspensão pelo terceiro amarelo. Em entrevista coletiva, ele falou sobre tudo o que circunda o Re-Pa, a relação com a torcida e a busca pela primeira divisão.
Importância do Clássico Re-Pa
“O clássico é sempre um jogo à parte, diferente. Ainda mais em se tratando de Re-PA, o clássico mais jogado do mundo. As conversas internas têm sido intensas sobre isso. No clássico não tem posição dentro da tabela, né? Tem, sim, muita disputa, muita guerra dentro de campo, batalhas em todos os setores do campo. É um jogo à parte, um campeonato à parte. E a gente está com essa consciência, sabendo da importância do jogo para nossa equipe. Dentro da tabela, uma vitória nos deixa muito próximos do objetivo, e a gente está focado para esse jogo. Eu falei que a comemoração pós-jogo do Athletico-PR acabou ali, voltamos aos treinos às 15 horas de sábado. A partir do treinamento pra frente, agora é voltar as nossas forças e as nossas energias para jogar esse clássico e, se Deus quiser, vencer e continuar subindo na tabela”.
Recuperação e Preparação para o Re-Pa
“Saí do jogo contra o Operário-PR com muitas dores lombares, o que limitava totalmente o meu movimento, principalmente o movimento baixo do goleiro, e saindo do jogo já começamos os tratamentos lá mesmo, no Paraná ainda. Ficamos lá durante o dia de segunda-feira, praticamente o dia todo, mas tratei, fiz fisioterapia com os meninos, com o médico também que estava no jogo. Me foram passadas medicações também para que eu pudesse me recuperar o mais rápido possível. Contra o Athletico-PR só houve a definição que iria a campo na quinta-feira de manhã, no dia do jogo. Consegui passar no teste para jogar e, graças a Deus, durante a partida não me incomodou nada. Só que o pós-jogo não é normal, o desgaste que tem da partida você acaba sentindo um pouco. Mas o tratamento intensivo continua até o Re-Pa, mas também com o treinamento, com fisioterapia. Eu tenho certeza que vamos estar prontos também para terça-feira, dentro dos cuidados do treinamento”.
Confiança no Elenco e Espírito de Equipe
“Todo atleta dentro do grupo é importante, e os jogos por si estão demonstrando isso. No primeiro jogo, quando o professor Guto assumiu, jogadores que não vinham jogando entraram e ajudaram a gente durante a partida. Lá em Ponta Grossa (PR), jogadores que saíram do banco e entraram durante a partida nos deram até a vitória. O Jáderson nos deu o gol que valeu a vitória. O Igor (Vinhas), na minha ausência, fez defesas fantásticas também, ele ajudou a equipe no momento que mais foi preciso. Contra o Atlhetico-PR também, jogadores que entraram deram o seu máximo. O Tassano não tinha estreado, não tinha feito nenhum jogo. Teve um momento da partida que ele precisou entrar no calor do jogo e respondeu à altura, ajudou demais a gente, assim como os outros atletas que entraram também, o Nathan que entrou, fez um bom jogo. Enfim, acho que nesse momento do campeonato todos são importantes. E isso foi falado internamente antes do jogo. O nosso grupo não tem o eu, tem o nós. Eu coloquei isso antes do jogo, a gente só venceu a partida pelo grupo. Se a gente continuar nesse foco, humildade, esse companheirismo que tem dentro do clube, eu tenho certeza que juntos, vamos ficar muito perto das vitórias e muito perto de conquistar o nosso objetivo final”.
A Relação com a Torcida Azulina
“Sempre que a gente se encontra em algum local público, o torcedor vem conversar, apoiar, passar uma energia positiva e a grande parte da torcida fala justamente do Re-Pa. Eles falam que a gente está bem, mas que o Re-Pa é guerra. A gente tem que vencer. E realmente aqui dentro também a gente tem que ganhar, é tudo dentro de um trabalho, de uma estratégia que o professor vai passar pra gente, da preparação que vai ser para esse jogo. E claro que por ser um clássico local, um jogo grandioso, a cobrança e a responsabilidade são maiores, a gente sabe disso, e o torcedor pensar assim é normal. Eu até ontem (sexta-feira) mesmo fui abordado por alguns torcedores para passar justamente essa importância. ‘A gente tem que entrar e vencer e ganhar dos caras’, aquela coisa toda. A gente deixa lá fora esse clima assim e aqui dentro a gente vai concentrar apenas na partida. É mais um jogo importante, é mais um que pode nos colocar numa situação muito boa dentro da tabela se a gente ganhar o jogo. E a importância, a responsabilidade é de todo mundo, não só eu, mas todo mundo sabe que ela é gigante, foi ainda mais por se tratar de um clássico”.