Com pagamento previsto para o próximo dia 30, a Restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2024 vai contemplar mais de 5,3 milhões de contribuintes, um total de mais de R$ 6,8 bilhões somente neste quarto lote. A restituição também será paga aos contribuintes que caíram na malha fina, mas regularizarem as pendências com o Leão. O valor extra a ser pago é bastante esperado pelos declarantes e pode ser utilizado para “sair do vermelho” ou ser a primeira parcela de um investimento.
O uso do recurso deve respeitar a situação financeira de quem recebe a restituição. Há três perfis de contribuintes do IR: aqueles que têm alguma dívida; quem está com a vida financeira organizada, mas não faz nenhum investimento; e aqueles que já têm renda aplicada. No primeiro caso, a prioridade é pagar as inadimplências.
Já no segundo é optar por um tipo de investimento para criar uma reserva financeira, enquanto no último caso é aumentar o valor da aplicação. “Quem tem alguma dívida alta que tenha juros elevados é importante quitar ou negociar pagando o máximo possível para reduzir o valor das próximas parcelas, como é o caso de cartão de crédito e crédito especial.
Para quem está com a vida financeira organizada é importante ter o recurso numa reserva financeira para possíveis situações de emergência com carro ou questão de saúde, por exemplo. A pessoa pode deixar o recurso aplicado no Tesouro Direto ou Tesouro Selic. Já pessoas que possuem aplicação financeira, podem aumentar a aplicação colocando um dinheiro extra”, esclarece Nélio Bordalo, conselheiro do Conselho Regional de Economia (PA/AP).
INADIMPLÊNCIA
O economista explica que em caso de inadimplências a prioridade deve ser pagar contas de serviços essenciais, tais como água e energia, além daquelas que possuem juros elevados. “A prioridade é pagar dívidas referentes a conta de serviços públicos, que se você passar de quinze dias o fornecimento é cortado. Depois vem as dívidas com juros altos ou que possam deixar o contribuinte com restrição ao crédito, que coloque o nome em órgão de proteção, como SPC e Serasa”, orienta Nélio.
O profissional ainda indica que os investimentos podem ser uma boa finalidade ao valor da restituição para quem não tem dívidas a quitar. “Tem que se atentar aos juros. A melhor aplicação é o Tesouro Direto, com percentual em torno de 1% ao mês, para quem quer começar com baixo investimento e a curto prazo. Além disso, tem a Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito de Agronegócio (LCA). Essas duas tem que ser uma aplicação mais a longo prazo, pelo menos 6 meses, e devem ser utilizadas por pessoas que não precisam recorrer logo a esse dinheiro”, explica Bordalo.
Porém, quem optar pelo investimento da restituição deve se atentar para fazê-lo em uma instituição de confiança. “Primeiro ponto é a questão das menores taxas de juros e o tempo que o investidor quer aplicar. Se ele vai precisar daqui a dois meses é preciso investir em equidade com isso. Segundo ponto, é importante que a instituição seja séria. Não pode e não é confiável aplicar em oportunidades que aparecem do nada na internet, com juros alto de 4% ao mês, assim já sabemos que é golpe. É melhor aplicar em um banco que tenha uma chancela de segurança”, finaliza o conselheiro do Corecon PA/AP.
PARA ENTENDER
Pagamento:
l Dentre o valor total, R$ 469,1 milhões serão destinados aos contribuintes prioritários: idosos acima de 80 anos de idade; idosos entre 60 e 79 anos; deficientes físicos ou mental ou moléstia grave; e contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.
Como é feito:
l O pagamento da restituição é realizado diretamente na conta bancária informada pelo contribuinte, de maneira direta ou indicação da chave Pix. Caso ocorra algum problema e o pagamento não for transferido para a conta, o valor pode ser retirado em até um ano no Branco do Brasil. O contribuinte pode reagendar o crédito dos valores pelo portal BB ou ligar para a Central de Relacionamento BB: 4004-0001 (capital); 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).