Francisco Costa Rocha, conhecido como Chico Picadinho, completa em 2026 meio século atrás das grades. O nome dele entrou para a crônica policial brasileira após os crimes chocantes cometidos nas décadas de 1960 e 1970, quando matou e esquartejou duas mulheres em São Paulo.
Atualmente com 82 anos, Chico está internado no Hospital de Custódia e Tratamento de Taubaté, unidade destinada a pessoas privadas de liberdade com transtornos mentais graves. Ele é considerado um dos presos mais antigos do país, acumulando negativas em sucessivas tentativas de conseguir a liberdade.
Este ano, Chico Picadinho apresentou seu 20º pedido para o fim da medida de segurança que o mantém detido. A Justiça de São Paulo rejeitou o pedido, amparada em laudos médicos que apontam psicopatia incurável e risco de reincidência. Segundo especialistas, ele é portador de transtorno de personalidade antissocial e, em liberdade, poderia voltar a cometer crimes.
Crimes que chocaram o país
O primeiro assassinato ocorreu em 1966, quando Chico tinha 24 anos. A vítima foi a bailarina austríaca Margareth Suida, de 38 anos, que ele conheceu em um bar. Após uma noite de sexo e consumo de álcool, a estrangulou e, usando uma lâmina de barbear, esquartejou o corpo, tentando descartar os restos em uma mala e no vaso sanitário. Foi preso e condenado a 18 anos de reclusão, mas cumpriu apenas oito.
Libertado em 1974, dois anos depois voltou a matar. A vítima foi Ângela de Souza e Silva, que também foi estrangulada e desmembrada. Desta vez, um ex-presidiário que ajudou a tentar ocultar o corpo denunciou o crime à polícia. Chico foi novamente condenado, recebendo pena de 20 anos.
O Aprisionamento Contínuo de Chico Picadinho
Mesmo após o cumprimento do tempo máximo de prisão previsto à época, 30 anos, em 1998 a Justiça decretou sua interdição e determinou que ele permanecesse internado, entendendo que representava risco contínuo à sociedade.
A Rotina Hospitalar de Chico Picadinho
Rotina atrás das grades
A vida de Chico hoje é marcada pela repetição. Ele deixa a cela pela manhã e passa grande parte do dia na biblioteca, onde lê, organiza livros e acompanha empréstimos de outros internos. Também gosta de ouvir rádio e pintar. Por volta das 16h retorna à cela, ficando trancado a partir das 17h.
Funcionários do hospital o descrevem como um interno calmo e obediente. Há cerca de 20 anos não recebe visitas e evita contato social, não participando de atividades coletivas. Com cabelos brancos, surdez e alguns quilos a mais, segue lúcido e cooperativo com a equipe.