Vinícius Júnior, o talentoso jogador brasileiro do Real Madrid, nos últimos dois anos, foi vítima de impressionantes 10 ataques racistas, sendo o mais recente deles em maio de 2023, durante uma partida contra o Valencia. E apesar de seu talento em campo, o atleta ainda enfrenta uma batalha contra o racismo no cenário esportivo.
No mês da Consciência Negra, o mandato coletivo da Bancada Mulheres Amazônidas (PSOL – Belém), protocolou na Câmara Municipal de Belém, no último dia 22, um Projeto de Requerimento que visa criar a Política Municipal “Vini Jr.” de Enfrentamento ao Racismo nos Estádios, Ginásios e Arenas Esportivas da cidade. A iniciativa busca referenciar as pessoas racializadas que cotidianamente são vítimas de racismo.
O projeto, fundamentado no reconhecimento do esporte como um importante instrumento social, propõe medidas para tornar os ambientes desportivos mais acolhedores, garantindo o pleno acesso ao esporte para todas as pessoas, independentemente de raça, classe, gênero, orientação sexual e outros marcadores sociais.
Gizelle Freitas (PSOL – Belém), covereadora integrante do Mandandato Coletivo da Bancada Mulheres Amazônidas, e uma das autoras do projeto, destaca o engajamento de Belém na luta antirracista, exemplificado pela sanção da lei que institui o estatuto da igualdade racial no município em 2022.
Mais sobre a Política Municipal
A proposta vai além da proibição de condutas racistas, abrangendo também medidas de atendimento às vítimas de racismo e injúria racial em âmbito desportivo.
O projeto da Bancada inclui a criação do “Protocolo de Atendimento às Vítimas de Racismo em mbito Esportivo”, a ser aplicado em estádios, ginásios e arenas esportivas, visando o atendimento de qualquer pessoa.
Uma das medidas mais importantes propostas pelo projeto é a possibilidade de paralisação ou encerramento imediato de partidas diante da ocorrência ou denúncia de conduta racista, sem prejuízo de sanções civis e penais. Além disso, o projeto busca estimular a qualificação de funcionários e prestadores de serviços no âmbito esportivo sobre condutas racistas.
“Com a lei sancionada, nós vamos dialogar a criação de protocolos com os clubes de futebol, vôlei e demais práticas desportivas, para que nós tenhamos iniciativas concretas de combate ao racismo em Belém”. Declarou a covereadora Gizelle Freitas.
A Bancada Mulheres Amazônicas espera contar com o apoio do prefeito para a efetiva implementação desta política, consolidando Belém como uma cidade pioneira na promoção de ambientes esportivos inclusivos e respeitosos.