Cintia Magno
O domingo ensolarado é propício para desfrutar de atividades ao ar livre, em meio à natureza presente nas cidades e de também ter contato com atividades de educação ambiental. Parte de uma campanha nacional realizada pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e que visa conscientizar sobre a importância das unidades de conservação, o “Um dia no Parque” levou uma série de atividades para o Parque Estadual do Utinga na manhã do penúltimo domingo (23) das férias de julho.
Diante da grande movimentação de visitantes que se dirigiram até o Parque do Utinga no domingo, as atividades desenvolvidas pela campanha “Um dia no Parque” convidava a todos a refletir sobre o verdadeiro papel desse tipo de espaço que, para além de um espaço de prática de atividades físicas e visitação, presta uma série de serviços fundamentais para a própria vida na terra.
“Essa programação acontece a nível nacional, em vários territórios do país, e o principal objetivo é conscientizar a comunidade a respeito das unidades de conservação, da importância também desse espaço para que a gente consiga manter a floresta em pé, para que a gente consiga manter condições saudáveis de bem-estar”, aponta a pesquisadora do Imazon, Camila Trigueiro.
“Se pararmos para pensar, a gente precisa da floresta em pé para que se tenha chuva e a gente precisa da chuva para que se produza alimentos. É muito importante as pessoas compreenderem tudo isso e eu acredito que essas atividades, em que a gente aproxima a comunidade da floresta, faz com que eles tenham essa afinidade e consigam compreender a importância”.
Seguindo o objetivo de conscientizar e aproximar a comunidade da causa, a campanha ofertou atividades tanto para o público adulto, quanto para as crianças. A programação incluiu desde jogos educativos, até a possibilidade de prática de trilhas monitoradas, caminhada, corrida, ciclismo, canoagem, etc. “Tem educação ambiental voltada para crianças para que elas entendam até mesmo o que tem dentro do parque, como também tem outras atividades como trilha, boia cross, enfim, uma série de programações também para quem é adulto e quiser um pouquinho de aventura dentro da floresta conseguir participar”.
O gerente das unidades administrativas de Belém do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), órgão responsável pela gestão das unidades de conservação criadas pelo Governo do Pará, Ellivelton Carvalho, lembra que o Parque Estadual do Utinga “Camilo Vianna” completa 30 anos neste ano de 2023.
“Esse ano o parque completou 30 anos, desde o seu decreto de criação publicado, na época, pelo então governador Jader Barbalho e nada melhor do que hoje, onde o Imazon faz toda essa programação, para divulgar e conscientizar as pessoas sobre a importância das unidades de conservação”, acredita.
“O Parque Estadual do Utinga, além de ser um espaço de lazer para as pessoas virem caminhar, andar de bicicleta, contemplar a natureza, também é o espaço onde se faz a captação de água para abastecer Belém, então, esse é um espaço muito importante”.
PROJETOS
Entre os projetos desenvolvidos na unidade de conservação ao longo dessas mais de três décadas, um que se destaca é o que garantiu a reintrodução da Ararajuba, uma ave com padrão de cores em amarelo e verde e que é ameaçada de extinção no país.
“É um projeto de reintrodução dessa ave que é endêmica da região, a Ararajuba, e que estava em extinção. Através do nosso instituto nós conseguimos resgatar essas aves e atualmente nós já soltamos 51 unidades de Ararajubas, então, nós estamos repovoando Belém”, pontua Ellivelton, ao explicar que as aves ficam totalmente livres no parque. “Nós temos mais 12 espécies também que estão sendo treinadas para logo mais, até o fim do ano, nós soltarmos novamente e povoarmos Belém”.
Estudante da Universidade Federal do Pará (UFPA), Thamires Ferreira esteve no Parque do Utinga e pôde acompanhar de perto toda a riqueza resguardada pelo local e, ainda, as atividades desenvolvidas pelo Imazon na campanha “Um dia no Parque”.
“É muito bom a sociedade estar participando, estar se envolvendo. A gente vê que aqui em Belém, especificamente, as pessoas não dão tanta importância assim para esses espaços. A gente vem tirar fotos, mas não se liga muito na conservação, tem muita gente que ainda passa na rua com o som alto perto desses espaços, sem se preocupar com os animais. Então, toda essa questão da conscientização é muito importante para as pessoas que vêm para cá e é muito bacana que a iniciativa também vem desde as criancinhas, então é muito bom”.