Trayce Mello
Na manhã desta quinta-feira (29), trabalhadores à procura de emprego formaram longas filas em busca de uma vaga de trabalho intermediada pela prefeitura de Belém em dois pontos da capital paraense.
Em frente ao Portal do Trabalhador, também conhecido como Sine Municipal da Prefeitura de Belém, na esquina da travessa Quintino Bocaiúva com a Av. Nazaré, o movimento foi tão intenso, que por volta das 5h centenas de pessoas já estavam enfileiradas aguardando senha. Outro local, foi a Fundação Cultural do Município de Belém (FUMBEL), situado na Avenida José Malcher. No local, a fila contornava o quarteirão do Palacete Bolonha, que fica ao lado da Fundação.
Homens e mulheres de várias idades e de diversas profissões foram ao local em busca do primeiro emprego ou de uma nova oportunidade de trabalho. Muitos reclamavam sobre as longas filas de espera, a má comunicação a respeito do processo de vagas, o baixo número de senhas distribuídas diariamente e a mudança repentina de lugar, que até o início da semana era feito no Portal do Trabalhador, na esquina da travessa Quintino Bocaiúva com a Av. Nazaré.
Irenilde Santos, de 37 anos, moradora do bairro do Mangueirão chegou ao local indicado no site por volta das 5h na expectativa de iniciar o ano com um novo emprego, mas foi encaminhada para outro local.
“Estou a três dias tentando conseguir uma senha no Portal do Trabalhador. Mas justo hoje (ontem) que decidi sair mais cedo de casa, quando já estava na fila fui informada que o atendimento mudaria de local, simplesmente o segurança do local colocou um cartaz com o novo endereço. Com isso, precisei desembolsar duas viagens de aplicativo na esperança de chegar a tempo aqui na Fundação. É desesperador contar com essa incerteza se vamos conseguir uma senha ou não e a falta de respeito com nós trabalhadores que buscamos uma oportunidade”, desabafa.
Desempregada há 2 anos, ela disse que o trabalho de carteira assinada lhe dará uma certa estabilidade financeira. “Eu já trabalhei com muitas coisas, principalmente como manicure a domicilio. Mas o que aparecer agora eu pego, não posso mais ficar desempregada. Espero que antes do meio-dia tenha uma resposta”, disse.
Morador da Marambaia, Mário Furtado, de 49 anos, também integrava a fila na esperança de ocupar uma vaga no mercado de trabalho. Sem conseguir emprego há três anos, ele busca uma chance em qualquer setor. “Já trabalhei como motorista, mas estou à procura de emprego em qualquer área que surgir”, comentou.
Ele diz que soube sobre as vagas pela televisão.
“Eu sempre acompanho vagas de emprego pelas redes sociais, sites e televisão. No caso, eu vi a reportagem na televisão sobre as vagas de emprego, são cerca de três mil vagas. Desde então estou no meu terceiro dia tentando na fila, mas ainda não obtive êxito. O meu questionamento é que desde o começo da semana eles estavam distribuindo fichas apenas no Sine Municipal da Prefeitura de Belém, com o quantitativo de 100 senhas por dia. O que não faz sentido, já que são poucas fichas por dia para o tanto de vagas. Se o processo for até amanhã, não irá preencher o número de vagas, já que a Prefeitura está ofertando três mil vagas”, questiona.
“Eu cheguei por volta das 5h lá no Sine Municipal, mas já tinha bastante gente que passou a madrugada. Enquanto eu estava na fila, de repente um funcionário de lá colocou um aviso dizendo da mudança de local. Que é uma grande falta de respeito com nós que chegamos muito cedo no local, nem todo mundo tem dinheiro para ficar se deslocando. Chegando aqui, já tinha muita gente aguardando. A falta de informação real sobre o processo é grande demais”, acrescenta.
Acredito que muita gente está tentando desde segunda-feira conseguir uma senha que nem eu. O que eu percebi é que o horário de funcionamento é das 8h às 14h. Mas chega umas 9h eles não atendem mais ninguém”, conclui.