Grande Belém

Todos se encontram na feira do VER-O-PESO

Foto: Wagner Santana/Diário do Pará.
Foto: Wagner Santana/Diário do Pará.

Wesley Costa

Conhecida como a maior feira a céu aberto da América Latina, o Ver-o-Peso que também é um dos cartões postais mais emblemáticos da capital paraense tem se tornado palco para encontros e muita diversão, principalmente aos finais de semana. O complexo que exala cultura, cheiros e sabores amazônicos, passou a ser considerado como um espaço de boêmia por aqueles que não abrem mão de celebrar a vida, tendo como vista a Baía do Guajará.

O complexo do Ver-o-Peso possui 395 anos e abriga diversos restaurantes e bares que servem comidas e petiscos típicos do Pará, além de bebidas extremamente geladas. Quem trabalha no local, conta que esse ambiente que nada lembra a rotina e a agitação da feira ao longo da semana, vem sendo construído aos poucos. Muitos acreditam que a nova cara do espaço tem sido uma das melhores formas para a população apreciar e respeitar o patrimônio.

Coincidentemente, Edson Rodrigues, 30, que é permissionário em um dos boxes da feira, nasceu no dia do aniversário de Belém. Filho do Ver-o-Peso, como o próprio se denomina, o jovem rapaz pontua a importância do espaço para a comunidade paraense. “Temos aqui um dos mais belos lugares da nossa cidade, e que vive em constante transformação. Hoje, o que vemos aqui aos finais das tardes é um reflexo do quão acolhedor e poderoso é esse espaço”, diz.

Ao lado da sua irmã, Edson lembra que a área do Ver-o-Peso foi e continua sendo palco para muitas histórias. “Só quem vive diariamente esse mundo sabe da alegria que é fazer parte disso tudo. Ao longo desses anos todos que estou aqui, já testemunhei muitas histórias. Para se ter noção, já assistimos muita formação de casal e até mesmo, pedidos de casamento em plena beira do rio. A energia desse lugar é inexplicável! ”, afirma.

Edson comemora aniversário no mesmo dia em que Belém festeja seus 407 anos. Foto: Wagner Santana/Diário do Pará.

Rodeada de amigas e sempre acompanhada de um copo de cerveja gelada. É assim que quase sempre costuma ser o final de mais uma semana de trabalho da cabeleireira Fernanda Couto, 31, que não abre mão de estar no ponto turístico. “Aqui temos e vemos de tudo, né?”, brincou. “Para mim, a feira do Ver-o-Peso carrega um elemento muito importante: a simplicidade. Aqui já fiz muitas amizades, aprecio comidas e bebidas saborosas. Eu amo estar nesse lugar”, diz.

A primeira vez Thiago Daniel, 37, esteve nesse “outro lado” do Ver-o-Peso, foi a convite dos familiares e do seu namorado. Desde então, o espaço tem sido parada obrigatória para se divertir sentado em uma boa mesa de bar. “Para mim, estar aqui é experimentar uma liberdade gigantesca. Costumo dizer que no Ver-o-Peso a gente consegue chorar no ombro de um inimigo e, ao mesmo tempo, festejar com um amigo. Um espaço plural como deve ser”, disse.

Há um ano, Andrey Lima, 25, trabalha como garçom em um dos boxes de venda de comidas. Segundo ele, a nova cara do Ver-o-Peso tem sido elogiada. “Muita gente vem aqui pela primeira vez, por exemplo, e se admira como funciona no fim de tarde. Toda essa agitação que tem na beira da feira não é uma tradição, mas já caminha para ser. A cada dia percebemos mais gente descobrindo esse lado do lazer e compartilhando essa opção de diversão na cidade”, contou.