Grande Belém

Título basilical de Santuário de Nazaré completa 100 anos

Na Arquidiocese de Belém no domingo de Páscoa (31) haverá missa ao longo do dia em todas as 104 paróquias. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
Na Arquidiocese de Belém no domingo de Páscoa (31) haverá missa ao longo do dia em todas as 104 paróquias. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Ana Laura Carvalho

A imponente Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré, no bairro de Nazaré, em Belém, completa hoje 100 anos do título basilical. O templo que é sinônimo de paz, refúgio, comunhão com o Sagrado e com a padroeira da Amazônia atrai milhões de fiéis todos os anos e também é considerado um dos mais importantes do mundo.

A Basílica de Nazaré está entre as mais belas construções tombadas, em 1992, pelo Patrimônio Histórico do Pará. Ao todo, são 62 metros de comprimento, 24 de largura e 20 de altura, além de duas torres com 42 metros de altura e 36 colunas de granito maciço. Ainda há 54 vitrais, 24 lampadários venezianos, um órgão com 1.100 tubos e 11 altares.

Mas além da inegável riqueza e beleza dos detalhes que encantam devotos do Estado e de outros cantos do Brasil e do mundo, o reconhecimento do título basilical, concedido pelo Papa Pio XI, em 1923, também está ligado à importância espiritual e histórica da Igreja para os fiéis da Virgem de Nazaré, na região Norte do país.

E assim como os padres Barnabitas Luiz Maria Zoja e Afonso Maria Di Giorgio, que se destacaram na edificação da igreja, o padre e vigário paroquial, Giovanni Incampo, também marcou a história do templo com a criação da Guarda de Nazaré, em 1974. Quando vivenciou o Círio pela primeira vez, em 72, o padre italiano conta que ao perceber que a proteção da berlinda era realizada por militares, foi inspirado por Maria a humanizar essa guarda. “Não sabia o que era o Círio, então fiquei acompanhando, vendo, observando tudo. A coisa que mais me impressionou negativamente foi ver que na corda havia milhares de soldados, que por muitas vezes, com suas botas, pisavam nos calos dos fiéis, dos peregrinos. Então, a ideia foi dispor de gente engajada na paróquia, nas nossas pastorais, e convidamos um grupo de homens para coordenar a segurança que, hoje, não se limita apenas ao Círio, mas durante todo o ano ao decorrer dos eventos realizados pela igreja. Daí nasceu a ideia de formar guardas, mas de Nazaré, não policiais, guardas de Nazaré. Foi Nossa Senhora de Nazaré que inspirou esta ideia, não foi o padre Giovanni, eu fui fonte, porta-voz de uma ideia de Nossa Senhora”, destaca.

Ao entrar na basílica, é quase impossível não se atentar aos detalhes de estilo neoclássico, que hipnotizam os paraenses e também turistas, como a maranhense Camila Oliveira Costa, 34. A advogada revela que, na infância, costumava passar as férias em Belém na casa de familiares, mas só depois de adulta, em suas constantes visitas à capital, conheceu o santuário.

Dessa vez, ela parou para fazer uma prova de concurso público, e aproveitou para pedir uma força à rainha da Amazônia. “Passei apenas cinco minutos dentro da Basílica e já sinto uma paz inexplicável. É absurdamente linda, estruturalmente perfeita, perfeita também no sentido de nos transmitir paz e leveza. Mesmo sem celebrações, mesmo vazia, você vai chegar aqui e o templo consegue te fazer sentir tudo o que representa, emana fé.”

Belém, Pará, Brasil. Cidade. Nesta quarta feira (19), a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré completará 100 anos do título basilical. 18-07-2023. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
A advogada maranhense Camila Oliveira Costa passava as férias em Belém durante a infância, mas só conheceu a Basílica depois de adulta. Até hoje ela fica encantada a cada visita FOTOs: wagner santana