Grande Belém

Retratos do caos: veja os estragos causados pela chuva em Belém

 Uma árvore caiu no bairro da Marambaia Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.
Uma árvore caiu no bairro da Marambaia Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Diego Monteiro

Por volta das 16h de ontem, 5, uma intensa chuva atingiu Belém, resultando, mais uma vez, em algumas horas de transtornos em diversos bairros da cidade. Com a quantidade elevada de água, algumas vias ficaram completamente alagadas, afetando o trânsito em vários pontos da região, além de atingir residências e empresas.

Uma das ruas afetadas fica no bairro da Cremação, onde o nível da água atingiu a altura do joelho de quem passava pela rua Engenheiro Fernando Guilhon, próxima da travessa 14 de Março. “Nós, moradores, meio que nos acostumamos com essa situação e tentamos nos adaptar para não ficar no prejuízo. Por exemplo, construí minha casa mais alta para não entrar água”, explicou o pintor Carlos Alberto, 63.

Quem mora nessa área, como João Murilo, 30, sabe que cada vez que o clima fecha, a dor de cabeça é a mesma. “Esses dias estávamos até livres desse problema por conta da ausência de chuvas, mas como começou a chover novamente, ficamos apreensivos. Moro aqui há anos e nunca houve uma solução para esse problema e acho que nunca haverá”, lamentou o biomédico.

Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Outro ponto crítico durante a chuva foi registrado na avenida Conselheiro Furtado, entre as travessas Teófilo Conduru e Guerra Passos, Batista Campos. O nível da água chegou a tal ponto que forçou motoristas e motociclistas a desistirem de continuar a viagem, optando por retornar na contramão para evitar possíveis danos mecânicos em seus veículos.

Situação ainda pior foi registrada na avenida Pedro Miranda com a rua Canal do Galo, na Pedreira. Vídeos divulgados na internet no momento da chuva mostram que a água invadiu uma universidade particular naquela região, enquanto crianças se aventuravam ao mergulhar no canal ali existente.

O fato se repetiu em outros pontos da cidade, como na rua dos Pariquis com a travessa Quintino Bocaiúva, na Cremação. Pequenos alagamentos foram registrados também na travessa Quintino Bocaiúva com a rua Municipalidade, no Reduto; ao longo da extensão da Tamandaré, no bairro Batista Campos; na travessa Três de Maio com a rua Domingos Marreiros, Fátima; na avenida Almirante Barroso, entre outros.

TRÂNSITO

Com a chuva várias vias de Belém ficaram congestionadas e, em alguns trechos, paralisadas. A avenida João Paulo II com a travessa Angustura, no bairro do Marco, foi uma das afetadas. O receio de alguns condutores era evidente ao passar por esse ponto, levando muitos a acessarem a ciclovia, que era a parte menos alagada, para continuar a viagem.

Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Já quem usa a moto como transporte precisou de equilíbrio para transitar pelas avenidas Bernardo Sayão e José Bonifácio. Trânsito intenso também nas avenidas Governador José Malcher, Nazaré, Visconde de Souza Franco e Gentil Bittencourt, principais rotas de escoamento do tráfego do centro de Belém. Situação também se repetiu em alguns pontos do bairro do Jurunas.

Houve registro de engarrafamento por toda a extensão da avenida Augusto Montenegro, causando transtornos para pessoas como a diarista Lucicleia Cardoso, 54. “Todo dia o trânsito é intenso aqui, mas quando chove é que as coisas pioram mesmo. Eu moro na Pedreira e o ônibus demora bastante. Imagina então com esse trânsito”, declarou.

Por causa das fortes rajadas de vento, uma árvore de médio porte caiu na rua da Marinha, quase na esquina com a Sexta Rua, no bairro da Marambaia. Com o acidente, parte da via ficou bloqueada, e os motoristas precisaram redobrar a atenção, pois a região ficou no escuro após a árvore danificar -parte da rede elétrica.

Apesar do susto, os moradores relataram que ninguém ficou ferido no acidente. “Graças a Deus que na hora que a árvore caiu, ninguém estava passando pelo local e nenhum carro foi atingido”, afirmou o advogado Jorge da Cruz, 37. “Moramos em um ponto onde tem bastante árvores e toda vez que chove ficamos apreensivos. Espero que não caia mais nenhuma”, contou a estudante Fernanda Cavalcante, 26.

Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.