Diego Monteiro
Por volta das 16h de ontem, 5, uma intensa chuva atingiu Belém, resultando, mais uma vez, em algumas horas de transtornos em diversos bairros da cidade. Com a quantidade elevada de água, algumas vias ficaram completamente alagadas, afetando o trânsito em vários pontos da região, além de atingir residências e empresas.
Uma das ruas afetadas fica no bairro da Cremação, onde o nível da água atingiu a altura do joelho de quem passava pela rua Engenheiro Fernando Guilhon, próxima da travessa 14 de Março. “Nós, moradores, meio que nos acostumamos com essa situação e tentamos nos adaptar para não ficar no prejuízo. Por exemplo, construí minha casa mais alta para não entrar água”, explicou o pintor Carlos Alberto, 63.
Quem mora nessa área, como João Murilo, 30, sabe que cada vez que o clima fecha, a dor de cabeça é a mesma. “Esses dias estávamos até livres desse problema por conta da ausência de chuvas, mas como começou a chover novamente, ficamos apreensivos. Moro aqui há anos e nunca houve uma solução para esse problema e acho que nunca haverá”, lamentou o biomédico.
Outro ponto crítico durante a chuva foi registrado na avenida Conselheiro Furtado, entre as travessas Teófilo Conduru e Guerra Passos, Batista Campos. O nível da água chegou a tal ponto que forçou motoristas e motociclistas a desistirem de continuar a viagem, optando por retornar na contramão para evitar possíveis danos mecânicos em seus veículos.
Situação ainda pior foi registrada na avenida Pedro Miranda com a rua Canal do Galo, na Pedreira. Vídeos divulgados na internet no momento da chuva mostram que a água invadiu uma universidade particular naquela região, enquanto crianças se aventuravam ao mergulhar no canal ali existente.
O fato se repetiu em outros pontos da cidade, como na rua dos Pariquis com a travessa Quintino Bocaiúva, na Cremação. Pequenos alagamentos foram registrados também na travessa Quintino Bocaiúva com a rua Municipalidade, no Reduto; ao longo da extensão da Tamandaré, no bairro Batista Campos; na travessa Três de Maio com a rua Domingos Marreiros, Fátima; na avenida Almirante Barroso, entre outros.
TRÂNSITO
Com a chuva várias vias de Belém ficaram congestionadas e, em alguns trechos, paralisadas. A avenida João Paulo II com a travessa Angustura, no bairro do Marco, foi uma das afetadas. O receio de alguns condutores era evidente ao passar por esse ponto, levando muitos a acessarem a ciclovia, que era a parte menos alagada, para continuar a viagem.
Já quem usa a moto como transporte precisou de equilíbrio para transitar pelas avenidas Bernardo Sayão e José Bonifácio. Trânsito intenso também nas avenidas Governador José Malcher, Nazaré, Visconde de Souza Franco e Gentil Bittencourt, principais rotas de escoamento do tráfego do centro de Belém. Situação também se repetiu em alguns pontos do bairro do Jurunas.
Houve registro de engarrafamento por toda a extensão da avenida Augusto Montenegro, causando transtornos para pessoas como a diarista Lucicleia Cardoso, 54. “Todo dia o trânsito é intenso aqui, mas quando chove é que as coisas pioram mesmo. Eu moro na Pedreira e o ônibus demora bastante. Imagina então com esse trânsito”, declarou.
Por causa das fortes rajadas de vento, uma árvore de médio porte caiu na rua da Marinha, quase na esquina com a Sexta Rua, no bairro da Marambaia. Com o acidente, parte da via ficou bloqueada, e os motoristas precisaram redobrar a atenção, pois a região ficou no escuro após a árvore danificar -parte da rede elétrica.
Apesar do susto, os moradores relataram que ninguém ficou ferido no acidente. “Graças a Deus que na hora que a árvore caiu, ninguém estava passando pelo local e nenhum carro foi atingido”, afirmou o advogado Jorge da Cruz, 37. “Moramos em um ponto onde tem bastante árvores e toda vez que chove ficamos apreensivos. Espero que não caia mais nenhuma”, contou a estudante Fernanda Cavalcante, 26.