
O trabalho de retirada do tronco da samaumeira da Praça Santuário está na fase final, que corresponde à extração das raízes. Ao contrário do planejado, as raízes subterrâneas da árvore não serão retiradas. Apenas as que se formaram na base do tronco, conhecidas como sapopema, estão sendo cortadas.
A mudança de abordagem ocorreu durante o processo de retirada da samaumeira, acompanhado por técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), diariamente, desde o seu início, no último dia 22. A escolha da nova técnica levou em conta as condições de saúde do vegetal e a possibilidade de minimizar os danos causados na via.
Para a retirada integral das raízes e desconexão delas com o restante do tronco da árvore foi necessária utilização de um trator, conhecido como pá mecânica ou pá carregadeira. Encerrada a retirada, a secretaria municipal de urbanismo (Seurb) fará a revitalização do espaço reconstruindo a calçada, que terá um tamanho maior. A pedido da Diretoria do Círio, no local onde estava plantada a samaúma serão plantadas mudas de ipês rosa.
Decisão
A decisão acerca da retirada do tronco da samaúma foi tomada pela diretoria da Festa de Nazaré após receber o laudo sobre a saúde do vegetal, no dia 8 deste mês. O laudo sobre a árvore foi elaborado por técnicos da Semma e da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
O relatório sobre a saúde da samauameira começou a ser feito em fevereiro deste ano, após a queda de parte da copa. O documento detalha que foram feitas coletas de material vegetal pelos pesquisadores das duas instituições: a ideia era tentar, em laboratório, enraizar os ramos coletados, utilizando hormônios vegetais para reprodução vegetativa (clones). Porém, o experimento não obteve sucesso.
As novas avaliações constataram que o vegetal se encontrava vivo, porém sem condições de se restabelecer, apresentando risco iminente de queda de galhos e tombamento, trazendo risco para a população e para a estrutura que há em volta. Além das análises no vegetal, as imagens aéreas fornecidas pela Semma subsidiaram a decisão dos técnicos.
“Com as fotos feitas por drone foi possível constatar que o caule, tronco da árvore, está completamente oco e ainda com infiltração. Devido ao período de chuva, o caule ficou ainda mais fragilizado”, explicou o engenheiro agrônomo e professor da Ufra, Cândido de Oliveira Neto.
Plantio
Em Belém, de acordo com a Lei Ordinária nº 8.489, de 29 de dezembro de 2005, é obrigado o plantio de, pelo menos, uma árvore para cada uma suprimida em terreno ou via pública, em todo o município.
Além disso, por ser uma espécie tombada, é necessário que uma nova samaumeira seja plantada na cidade, sempre que uma for suprimida, conforme a Lei Ordinária nº 7.709, de 18 de maio de 1994. Por estas razões, uma nova árvore da mesma espécie deve ser plantada em breve, após a supressão do vegetal centenário.
Fonte: Agência Belém