A Ponte Enéas Martins, que dá acesso a Outeiro, distrito de Belém, será devolvida neste domingo (26) pelo governador Helder Barbalho completamente renovada à população. Um novo projeto arquitetônico foi desenvolvido e garante a vida útil da estrutura para o futuro. A ponte fica sobre o Rio Maguary, entre os distritos de Icoaraci e Outeiro, na Região Metropolitana de Belém (RMB).
A ponte de Outeiro foi reerguida pelo governo do Estado adotando o processo de estaiamento, que consiste na utilização de cabos de aço nas quatro direções. O sistema trava o andaime (fixador), evitando que se mova em qualquer sentido.
Para Hito de Moraes, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), pós-doutor em Engenharia Naval e consultor de portos e hidrovias, o projeto da ponte de Outeiro está de acordo com as normas da navegação, pois atende ao futuro da construção naval.
“Um dos temas que mais tem chamado atenção nos órgãos governamentais é a construção de pontes, uma vez que há uma tendência de as embarcações crescerem de tamanho. Cada vez mais há embarcações maiores, haja vista que algum tempo atrás embarcações transportavam 30 carretas, e hoje são 80 carretas, assim como as barcaças de soja, que começaram com comboios de 15 e hoje chegam a 30. As embarcações estão crescendo de tamanho, comprimento, altura e largura. São detalhes que têm de se levados em conta ao se projetar uma ponte”, explicou o especialista.
São 16 cabos, com cerca de duas toneladas cada um, que foram fixados em um mastro central com 50 metros de altura. O método permitiu que o vão entre os pilares sob a ponte passasse de 60 metros para 100 metros, criando um canal de navegação amplo, para impedir novos choques com embarcações, como ocorreu há um ano, quando uma embarcação colidiu e derrubou um dos pilares de sustentação da estrutura.
A ponte do Outeiro tem 360 metros de extensão e fica a 12 metros de altura da laje da ponte até o rio. Durante a obra, além da mudança no projeto arquitetônico para o sistema de estais, foram feitos ainda: revitalização dos pilares remanescentes, retirada de pilares excedentes ( desnecessários para o processo de estais), pintura de passarela de pedestres e ciclovias, novo pavimento asfáltico e nova iluminação.