Diego Monteiro
Uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA) concluiu que a cesta básica dos paraenses ainda se mantém entre as mais caras do país, com reajuste acumulado acima da inflação estimada em torno de 7% em 2022. Essa alta tem se refletido em outros alimentos básicos, como é o caso dos ovos de galinha.
Nos principais supermercados de Belém, o Dieese/PA percebeu que o preço desse produto se manteve estável no mês passado. Entretanto, o alimento acumula uma alta de 16% no comparativo entre fevereiro de 2022 e 2023. A trajetória foi a seguinte: há 12 meses a dúzia de ovos de galinha da marca Top foi comercializada em média a R$ 10,22, e saltou para R$ 11,82 até o mês passado.
O balanço comparativo de preços nos últimos meses acumulou alta superior à inflação calculada em 5,71%. De acordo com os feirantes que trabalham com esse tipo de produto, o preço só não está maior devido ao grande número de oferta de ovos na Grande Belém, totalmente diferente do que foi visto em novembro do ano passado, quando o produto ficou escasso na cidade por causa dos bloqueios nas estradas.
Inácio lima, 54, já sentiu os preços mais salgados dos fornecedores, mas ao contrário dos colegas, continua vendendo a cuba de ovo com o valor antigo. “Hoje faço R$ 20 numa cuba com 30 ovos, mas não sei por quanto tempo ainda consigo segurar esse valor. Mas pelo que observo, a tendência é essa: sempre aumentar e nunca diminuir, opinião que inclui não só os ovos”, declarou o feirante.
Mas nem todos conseguiram o mesmo feito. “Até ontem [quarta] eu estava vendendo a R$ 20 a mesma cuba, mas agora custa R$ 22. Esse acréscimo é sentido a cada remessa que chega, pois na maioria das vezes nunca fica mais barato. Já sentimos uma queda nas vendas, mas o ovo continua sendo ainda a proteína mais procurada”, afirmou o feirante Antônio Paiva, 51.