Diego Monteiro
Na tarde desta quarta-feira, 17, peritos da Polícia Científica do Pará (PCP) retornaram ao edifício Cristo Rei, no bairro da Cremação, após quatro dias do sinistro que resultou no desabamento de 13 sacadas do prédio. A visita segue o cronograma de coletas de informações, mas desta vez, relacionadas à primeira laje que rompeu, localizada no décimo terceiro andar, o que ocasionou na queda das sacadas subsequentes.
A ideia é comparar os dados coletados no local com os contidos nos projetos estrutural e arquitetônico, ou seja, identificar os modelos e os cálculos adotados para a construção da sacada e, principalmente, verificar o dimensionamento do contrapiso, da laje, o tipo de revestimento, a sobrecarga suportada pela estrutura e se a utilização do espaço era compatível com o que expressa os documentos.
Segundo o perito criminal, Orley Cruz, que também é coordenador do Núcleo de Engenharia Aplicada do Pará, ainda não há previsão para a conclusão do laudo. “Logicamente que o fechamento dessa perícia está relacionado à obtenção do projeto estrutural e arquitetônico, no qual ainda aguardamos a obtenção, mas já existe uma solicitação formal feita ao presidente do inquérito”, declarou.
“Esperamos que o delegado responsável pela requisição da perícia priorize a agilidade, para que possamos fornecer todas as informações relacionadas ao caso e emitir um parecer conclusivo”, afirmou Orley. O perito ressaltou também que qualquer outra informação adicional sobre a situação será divulgada à população somente após o encerramento das investigações.
Por questões de segurança, o edifício Cristo Rei permanece inabitável e só é permitido acesso de moradores para a retirada de pertences pessoais. É importante ressaltar que o Corpo de Bombeiros está trabalhando para prevenir acidentes a pedestres, e, portanto, a equipe está removendo os aparelhos de ar-condicionado, alguns dos quais ainda estão pendurados e representam riscos de queda.
Tanto a calçada como uma parte da rua dos Mundurucus, entre a travessa Quintino Bocaiúva e a avenida Generalíssimo Deodoro, permanecem interditadas. Apesar da retirada dos escombros, ainda não há previsão para a liberação completa da via e do calçamento.