Diego Monteiro
A 21ª edição da Parada do Orgulho LGBTIA+ de Belém reuniu centenas de pessoas na tarde de ontem (24). Este ano, o tema foi “Diversidade e Inclusão: Pluralidade, Acesso e Respeito”. A concentração ocorreu logo no início da avenida Presidente Vargas. Por volta das 15 horas, uma multidão animada seguiu pela avenida Nazaré até o Mercado de São Brás. De acordo com os organizadores do evento, mais de 500 mil pessoas estiveram presentes. A parada foi marcada ainda por danças, muita músicas e apresentações de artistas locais, drag queens e DJs, entre outros.
Kleber Amorim, 41 anos, coordenador da Parada em Belém, enfatizou que o evento é uma demonstração de luta. “São duas décadas contra descriminação e violência à população LGBTQI. Esse ano viemos trazer esse tema importantíssimo, para que haja um entendimento dos meios de que somos iguais e merecemos respeito e que precisamos de acesso ao que quisermos”, afirmou.
Mas além das centenas de pessoas no chão, muitos moradores dos apartamentos ao longo da rota da parada demonstraram apoio agitando bandeiras de movimentos. Conhecida por ser uma festa de muitas fantasias, a maioria das pessoas nem ligou para o calor de quase 34 graus e caprichou nos adereços e no colorido das maquiagens.
Desta forma, a diversidade não foi apenas vista, mas também ouvida nas vozes dos manifestantes, que clamavam por igualdade e respeito. “É um evento lindo, que reúne centenas de pensamentos e gostos diferentes, por isso que é a festa da diversidade e sempre é uma honra estar aqui fortalecendo a causa, pois acreditamos em um mundo melhor”, declarou o autônomo Éder Trindade, 38.
A presidente da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), Inês Silveira, foi escolhida como madrinha da Parada de 2023. “Esta é a primeira vez que participo, e está sendo maravilhoso”, afirmou Melissa Aires, 33. A corretora de imóveis, prestes a se casar com Aline Lima, 44, pretende voltar às próximas edições. “É a primeira vez que venho e esse é um ato que merece a atenção de toda a comunidade, para que todos compareçam e fortaleçam a causa, pois é assim que conquistamos cada vez mais espaço” disse.
Para Shariza Souza, 36, a Parada LGBTQI é um espaço de reivindicação. “Sabemos que podemos mostrar nossa existência em outros momentos da vida, mas quando estamos unidos com essa multidão, nossas vozes ganham força. As pessoas precisam entender que somos seres humanos, merecemos respeito. Nossa beleza está na união na luta”, ressaltou a cabeleireira.
Junto com suas amigas, a universitária Ana Karolina, 21, marcou presença e representou sua namorada, que não pôde comparecer. “Vim a este evento que celebra o amor em todas as formas, sem preconceito. Estar perto de pessoas que me aceitam como sou me traz tranquilidade e segurança. Minha companheira não pôde vir, mas está devidamente representada”, enfatizou.