Ana Laura Costa
O Pará encerrou o 1º trimestre deste ano com a marca de 8 mil postos de trabalho gerados, resultado esse maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Os dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho na última semana e apontam que, na região Norte, o Pará lidera a geração de empregos formais, ocupando também a 12ª posição no balanço nacional entre os estados que mais geram trabalhos com carteira assinada no país.
Os dados do Ministério do Trabalho e Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostram ainda que só entre janeiro e março deste ano, foram feitas 107.299 admissões, contra 99.217 desligamentos, o que gerou um saldo positivo de 8.082 contratações formais. O cenário é positivo já que, em 2022, durante o mesmo período, em todo o Estado, o total de admissões foi de 102.697 admissões, contra 97.444 desligamentos.
Com base nesse levantamento, o Dieese Pará realizou estudo sobre a movimentação de geração de vagas de trabalho ocorridas nas cidades do Estado. A análise indica que aproximadamente 60% dos 144 municípios paraenses, cerca de 83 cidades do total, encerraram o período de janeiro a março de 2023 com saldos positivos de empregos formais.
Dentre estes, o município que mais criou empregos foi Canaã dos Carajás, com 2.231 vagas de trabalho, seguido da capital, Belém, com cerca de 2.135. Em Itaituba, sudoeste paraense, foram assinadas 992 novas carteiras de trabalho, já em Santana do Araguaia, foram 980 trabalhadores registrados, acompanhada de Ananindeua com saldo positivo de 609 novos empregos.
Segundo Everson Costa, supervisor técnico do Dieese Pará, é importante que a musculatura da economia para além da Região Metropolitana, se fortaleça cada vez mais.
“Um dos termômetros da economia é o crescimento da oferta de emprego, quer dizer que a economia está se movimentando. Foram 8 mil novas vagas de trabalho e mais da metade delas nos municípios do interior, isso é muito importante porque mostra que a economia se diversificou, se espalhou pelos grandes setores. Ver esse movimento nas cidades para além da Região Metropolitana, significa mais oportunidades, maior probabilidade de manter esse trabalhador no município. Já houve um êxodo muito forte de trabalhadores dessas cidades que vinham para a capital em busca de trabalho ou até mesmo estudo, então, esse crescimento e fortalecimento da economia é muito importante pois gera perspectiva, viabilidade e estabilidade para essas pessoas”, pontuou.
E as expectativas continuam positivas para os próximos meses. De acordo com o supervisor, o esperado é que até o final de 2023, o Pará continue gerando ainda mais empregos, principalmente no setor de construção civil, já que com o fim do inverno amazônico a tendência é que obras paradas sejam retomadas e novas obras sejam impulsionadas.
“Com a retomada do Minha Casa, Minha Vida em combinação com políticas públicas que viabilizem novas construções, a propensão é muito mais gente empregada nesse setor. Assim a perspectiva é que o Estado continue crescendo e melhorando suas estruturas. Se der tudo certo, até o final do ano, teremos ainda mais geração de empregos formais”, concluiu.
Os municípios que integram a Região Metropolitana de Belém foram responsáveis por cerca de 33,0% da geração de empregos no Pará, registrando um total de 37.400 admissões, contra 34.737 desligamentos, gerando um saldo positivo de 2.663 postos de trabalho.
Belém continua sendo o grande polo administrativo, liderando principalmente no setor comercial, que voltou com todo o fôlego após a pandemia. Prova disso é a segunda loja inaugurada da rede ‘Tudo 20’, no centro comercial da capital. Segundo a gerente da loja, Izabel Pio, de 37 anos, a loja inaugurou há 2 meses e todas as contratações são de carteira assinada.
“Todos os trabalhadores foram contratados formalmente, foram 10 pessoas contratadas. É bom porque movimenta a economia, e a gente também está esperando um bom período agora para o Dia das Mães”, comentou.
Entre os 10 novos trabalhadores está a jovem Ana Lúcia, 24. Em dezembro, ela passou pelo período de experiência na loja e em março foi contratada formalmente. Trabalhando pela primeira vez de carteira assinada, a atendente conta que se sente mais segura. “Já trabalho no comércio há 2 anos, mas nunca tive carteira assinada. Agora me sinto mais segura para comprar minhas coisas, tenho meus direitos assegurados também. Então, estou achando ótimo!”.