Alexandre Nascimento
Ao redor do estádio da Curuzu, antes da partida do Paysandu pela Copa Verde, na noite de ontem (23), não faltou a venda dos chamados “churrasquinhos de gato”, tão tradicionais antes de jogos de futebol. No entanto, os vendedores ambulantes, não apenas desses pontos, sentem o peso das altas do preço da carne bovina.
E esse impacto faz sentido quando considerada a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), que apontou que a proteína, principalmente as do tipo chã, cabeça de lombo e paulista, tiveram aumento de 0,52% entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano.
A pesquisa divulgada pelo Dieese-PA também incluiu o preço da carne no acumulado dos últimos 12 meses, ou seja, entre fevereiro de 2022, quando foi comercializada a R$ 38,37, e fevereiro deste ano, encontrada a R$ 38,56, o que representa o aumento de 0,50%.
TÁTICAS
Apesar disso, o produto tem sido comprado sobretudo por vendedores de churrasquinho, que adotaram medidas para adquirir e lucrar com a venda. “Está caro, mas a nossa venda é de onde tiramos nosso sustento. Então, é procurar os cortes de carne mais em conta, mas sem perder a qualidade, para continuar trabalhando”, disse Marluce Madalena, 42 anos, vendedora ambulante.
Já para o vendedor Michel Pereira, 42 anos, a tática é incluir outras alternativas, como a calabresa, para garantir o lucro. “Realmente o preço da carne não está bom, nem podemos aumentar tanto os preços, senão não vendemos. Por isso, incluo também a calabresa, que é mais barata e também agrada os clientes. Mas, a principal garantia de ter boas vendas é aproveitar eventos, como esse jogo do Paysandu”, disse Michel Pereira.