Grande Belém

Número de motocicletas em Belém dobra em dez anos

Seja usando o veículo para se deslocar para o trabalho, lazer e, mais recentemente para entrega e transporte por aplicativo, os motoqueiros já são 150 mil na capital e contam os prós e contras de circular por duas rodas
Seja usando o veículo para se deslocar para o trabalho, lazer e, mais recentemente para entrega e transporte por aplicativo, os motoqueiros já são 150 mil na capital e contam os prós e contras de circular por duas rodas . Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Andar de moto pode ser considerado um prazer para muitas pessoas. Colocar o capacete e pegar a estrada ou simplesmente andar pelas ruas de uma cidade é cena cotidiana. Tamanha é a importância dos motociclistas que até mesmo possuem uma data para chamar de sua: o Dia Nacional do Motociclista, que é comemorado neste sábado, 27 de julho.

A data especial é uma celebração para todas as pessoas que, seja profissionalmente ou por hobbie, pilotam motocicletas e vivem diariamente a experiência de andar sob duas rodas. O número de motoqueiros no Brasil é bastante expressivo: são mais de 30 milhões de pessoas distribuídas nas cinco regiões do País, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), instituição referência sobre o setor de duas rodas.

No contexto da cidade de Belém, a partir da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), a frota de motos apresentou um crescimento expressivo no período analisado de 2013 a 2023. Para exemplificar a intensa busca pelo veículo, no ano de 2013, na capital paraense o número registrado foi de mais de 80 mil unidades. Uma década depois daquele ano, o total de motocicletas circulando praticamente dobrou, alcançando pelo menos 150 mil veículos nas ruas da capital paraense no ano de 2023, um aumento de 87% neste tipo de veículo de duas rodas na cidade em uma década.

A equipe de reportagem do DIÁRIO percorreu as ruas da capital paraense na tarde da última quinta-feira, 25, em busca de histórias de motociclistas que são apaixonados pelo veículo e dependem dele como ferramenta de trabalho para realizar as atividades profissionais em busca do sustento da família.

TRABALHO

Emerson Lobato, de 35 anos, trabalha como motorista de aplicativo há dois meses. Antes disso, ele também já tinha atuado como taxista e hoje utiliza a moto transportando passageiros. Ele consegue realizar cerca de 20 corridas por dia trabalhando no turno da tarde. Emerson enfatiza que gosta de andar de moto e que o trabalho como motorista de aplicativo é para complementar a renda familiar e ajudar no sustento em casa. “O trânsito é um desafio diário. É cansativo, mas mesmo assim gosto de andar de moto e trabalhar com ela para garantir o orçamento. É uma paixão”, ressalta o trabalhador sobre a rotina pelas ruas enquanto aguardava um passageiro na Avenida João Paulo II, esquina com Travessa Angustura, no bairro do Marco.

Thomas Diego, 38, entregador.Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Thomas Diego, 38, trabalha há sete anos como entregador de alimentos usando a motocicleta. Pela dinâmica acelerada do trabalho nas ruas de Belém, ele afirma que prefere realizar o serviço neste tipo de veículo do que em um carro. “É uma sensação de liberdade trabalhar desta forma sobre duas rodas. Eu me sinto mais à vontade. Nesse serviço eu não me estresso como nos anteriores”, confessa Thomas sobre a labuta como entregador trabalhando pela manhã e tarde.

“É muito empolgante dirigir moto, mas é preciso ter muito cuidado para evitar acidentes. Vemos muitas imprudências no trânsito que poderiam ser evitadas”, afirma o trabalhador em conversa com a equipe do DIÁRIO, ao mesmo tempo que realizava uma entrega na Rua Antônio Barreto, entre a Avenida Alcindo Cacela e Travessa 14 de Março, no bairro do Umarizal.

Já Adeci Barradas, 51 anos, trabalha como mototaxista há 14 anos. Atualmente, ele está fixo no ponto de mototáxi localizado na Avenida Senador Lemos, esquina com Passagem São Benedito, no bairro da Sacramenta. Somente neste ponto são 17 mototaxistas que revezam-se nos diferentes horários e o Adeci é um deles. O profissional afirma que prefere rodar pela região e está sempre disponível em qualquer turno do dia, dependendo da demanda de passageiros.

“Aqui é bem movimentado e tem uma parada de ônibus bem em frente. As pessoas já descem dos ônibus e vêm logo atrás de mototáxi. Eu gosto de dirigir. É minha vida”, revela o trabalhador sobre a rotina da profissão e o dia a dia cheio de corridas a realizar.

Por Rafael Rocha