Pryscila Soares
A área do entorno das oito lojas atingidas por um incêndio de grandes proporções, ocorrido na madrugada de terça-feira (22), permanecia interditada ontem (23), no Centro Comercial de Belém. Pela manhã, uma das equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Pará trabalhou no rescaldo, uma vez que restaram do incêndio alguns focos de materiais em combustão. Completamente destruídas pelas chamas, as lojas estão localizadas dentro de um casarão antigo na Rua 13 de Maio, esquina com a travessa Sete de Setembro.
Ontem, ainda era possível observar fumaça dentro e fora dos estabelecimentos. A equipe de perícia do CBM-Pará chegou ao local por volta das 8h para iniciar a investigação sobre o incêndio, conforme informou o Major João Luiz Santos. “O nosso serviço de rescaldo é revirar os escombros eliminando focos, que já estão desde o início. Não tem risco de propagação. O incêndio foi controlado ainda na madrugada (dia 22)”, disse. “Temos duas equipes hoje aqui, a de combate e a de perícia, que é a investigação do local de incêndio”, explica o Major.
Após ser acionada, uma equipe da Polícia Científica do Pará também esteve ontem de manhã na área onde iniciará um trabalho de perícia, após a finalização do rescaldo, e, com isso, serão investigadas possíveis causas do incêndio, sob o aspecto criminal.
Além do Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil atuou desde a madrugada de terça-feira para acompanhar os trabalhos que estavam sendo executados na área. Por se tratar de um casarão antigo, também foram acionados outros órgãos da Prefeitura de Belém como a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) e a Fumbel. De acordo com o presidente da Comissão Municipal de Defesa Civil de Belém, Claudionor Corrêa, não há risco de desabamento das paredes da fachada do casarão. Contudo, o órgão fez algumas recomendações aos responsáveis pelas lojas.
“A equipe de engenharia da Defesa Civil conseguiu fazer o levantamento estrutural e identificou que as paredes da fachada não têm risco de desabamento, pois o fogo só danificou a estrutura do telhado e a parte do piso de madeira de dentro. O nosso relatório vai ser entregue aos proprietários e locatários. A partir do momento em que finalizar o rescaldo, a gente orienta a colocar tapumes em toda a extensão, pela 13 de Maio e Sete de Setembro, pela calçada, para que impeça que pessoas adentrem o espaço para colher ferro ou alguma coisa, e corra risco de acidente”, pontua Claudionor, ressaltando que o relatório deve apontar ainda outras medidas a serem adotadas pelos responsáveis dos estabelecimentos.
Proprietária de uma loja de confecções na 13 de Maio, ao lado de um dos estabelecimentos que foram consumidos pelo fogo, Flávia Andrade, 50, acompanha os trabalhos na área desde anteontem com a expectativa de receber a liberação para reabrir o estabelecimento. “Os bombeiros entraram por aqui e conseguiram conter o fogo, caso contrário ia passar para cá. Foi um desespero, meu marido veio correndo para cá. Só oração. Cheguei por volta das 8h e tinha bastante fumaça. A gente está aguardando a Defesa Civil para ver se libera, porque só foi abalada essa parede. Chorei ontem, mas a gente tem que ter calma e fé em Deus”. (com Redação)