Pará

MP Eleitoral apura 10 denúncias de assédio eleitoral no Pará

MP Eleitoral apura 10 denúncias de assédio eleitoral no Pará MP Eleitoral apura 10 denúncias de assédio eleitoral no Pará MP Eleitoral apura 10 denúncias de assédio eleitoral no Pará MP Eleitoral apura 10 denúncias de assédio eleitoral no Pará
O Ministério Público do Trabalho já recebeu 903 denúncias de assédio eleitoral contra 750 empresas, mais que o dobro de 2018. Foto: Divulgação
O Ministério Público do Trabalho já recebeu 903 denúncias de assédio eleitoral contra 750 empresas, mais que o dobro de 2018. Foto: Divulgação

Luiza Mello

O empresário Eduardo Gonçalves Pereira Junior está sendo investigado pelo Ministério Público Eleitoral no Pará por suspeita de cometer assédio eleitoral contra seus funcionários. Ele consta como diretor administrativo, financeiro e comercial da empresa Belém Bioenergia Brasil S/A e foi denunciado por ter instalado uma “urna” de votação na recepção da sede da empresa, em Belém, e obrigar que os servidores fizessem a simulação de votação para o cargo de presidente da República na cédula fictícia, onde deveria constar também o nome e número de matrícula do trabalhador.

Segundo a denúncia encaminhada ao MPE-PA, ao fazer as exigências, o diretor bradou: “os empregados que não registraram voto em Jair Bolsonaro sofrerão as consequências”. Ele é dono de uma das oito empresas que constam nas dez denúncias de assédio eleitoral registradas no MP do Pará.

A pessoa que fez a denúncia informou ainda à Promotoria Eleitoral no Pará que Eduardo participou de eventos com o atual presidente no Estado e que levou alguns desses empregados aos atos de campanha de Bolsonaro. Essa participação foi registrada em fotos divulgadas pelo empresário que, de acordo com a pessoa denunciante, “quis saber por que outros empregados não tiraram foto com ele [Bolsonaro]”.

CASO DE POLÍCIA

O titular da 93º Zona Eleitoral em Belém, promotor José Ilton Lima Moreira, encaminhou ao delegado da Polícia Civil de Tailândia, solicitação para que o ato do empresário Eduardo Gonçalves Pereira Junior seja também investigado na filial do município. Segundo o ofício encaminhado à Delegacia, a pessoa que fez o relato ao MPE lembrou que, além da sede em Belém, a empresa tem filiais em dois municípios. “Surge a necessidade de verificação das informações mencionadas neste município de Tailândia, pois tal conduta pode ter incidência em crime eleitoral”, escreveu o promotor.

O mesmo documento foi encaminhado à Polícia Civil de Tomé-Açu, onde a Belém Bioenergia Brasil S/A tem outra filial. O promotor José Ilton Moreira pede que, caso seja verificada “infração eleitoral perpetrada nesta comarca”, a investigação preliminar a ser conduzida pela Polícia Civil seja encaminhada, no prazo de dez dias (a contar a partir do dia 18) à sede do Ministério Público Eleitoral em Belém.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) informou que já recebeu 903 denúncias de assédio eleitoral contra 750 empresas até ontem, dia 20. Faltando menos de dez dias para o segundo turno das eleições, os números da campanha deste ano já superam os de 2018, quando o MPT registrou 212 denúncias contra 98 empresários.

Eduardo Gonçalves Pereira Junior também consta nos registros A reportagem não conseguiu contato com a Belém Bioenergia do Brasil S/A, mesmo tendo registrado nos contatos disponíveis no site da empresa o pedido de entrevista com o acusado.

De acordo com o site da Receita Federal do Brasil, o empresário também aparece nos registros de abertura de outras oito empresas no Pará, Minas Gerais e São Paulo. Ele desponta como proprietário da E.g.b. Imóveis S/s Ltda, fundada em 2011, localizada no bairro Mangueirão, em Belém e da Ed2 & Participações Ltda, também na capital. Em São Paulo figura como administrador da Openfield Consultoria e Participações. Ele consta no site da RFB como presidente da Tauá Brasil Palma S/A, com sede em Belém e filiais em Tailândia e Tomé-Açu.