Grande Belém

Memorial homenageia vítimas da covid-19

Monumento, no lago do Hangar, que foi hospital de campanha, relembra a batalha dos profissionais de saúde e doentes contra a doença. Foto: Antônio Melo
Monumento, no lago do Hangar, que foi hospital de campanha, relembra a batalha dos profissionais de saúde e doentes contra a doença. Foto: Antônio Melo

Alexandre Nascimento

Memorial inaugurado ontem (22), pelo Governo do Estado, no lago em frente ao Hangar Centro de Convenções homenageia as quase 20 mil vítimas da covid-19 no Pará, além dos profissionais de saúde que estiveram na linha de frente no combate á doença, assim como os sobreviventes. O espaço denominado “Marco Simbólico da Luta Pela Vida”, representa os meses de trabalho no local que foi usado como hospital de campanha. A cerimônia contou com a presença do governador Helder Barbalho, do secretário de Estado de cultura, Bruno Chagas, entre outras autoridades.

O memorial faz referência a todos os envolvidos na luta da pandemia em todo o Pará, sobretudo os profissionais de saúde que ajudaram a salvar vidas. “Vivemos um ciclo doloroso, mas onde tivemos o esforço redobrado de mais de 7 mil servidores da saúde. Eles foram verdadeiros líderes na guerra contra o vírus, que colocaram suas próprias vidas em risco pelos seus pacientes, que resultaram em mais de 750 mil vidas salvas”, relembrou Helder Barbalho.

“Os pacientes foram grandes lutadores pela vida, que confiaram no investimento do Governo que sempre lutou para que o direito pela vida não fosse negado a eles, por meio da criação de leitos que não deixaram o sistema colapsar e atendeu, inclusive, os pacientes da rede particular, assim como adquirimos mais de um milhão de vacinas. Por isso, essa luta está eternizada”, completou Helder Barbalho.

EMOÇÃO

O evento contou com a presença do primeiro paciente internado no hospital de campanha montado no Hangar, que se emocionou ao falar da homenagem. “É emocionante pelo fato que passa um filme na minha cabeça, de que eu poderia ter morrido. Além da doença, a luta era também psicológica, mas desde o primeiro dia fui bem acolhido e atendido. Uma pena muitos outros não terem sobrevivido, mas mesmo assim foram lutadores e mais lutadores ainda são seus familiares que sofreram juntos e estão superando a perda de seus entes para essa doença”, declarou Bruno.

O cantor paraense Nilson Chaves, que se apresentou na inauguração, também lembra do período em que esteve internado no hospital de campanha do Hangar. Embora tenha ficado apenas três dias, ele afirma que a rápida estadia foi determinante antes de ser transferido para outra unidade hospitalar. “Minha história de vida também está registrada nesse espaço, nunca esquecerei do acolhimento. Fui transferido para outro hospital da rede pública, onde tinham mais heróis da saúde que também são lembrados por esse monumento, que me ajudaram quando estive em estado grave”, revelou o cantor.