Grande Belém

Manifestantes fazem ato em Belém contra PL antiaborto

Manifestantes fazem ato em Belém contra PL antiaborto Manifestantes fazem ato em Belém contra PL antiaborto Manifestantes fazem ato em Belém contra PL antiaborto Manifestantes fazem ato em Belém contra PL antiaborto
Hoje, o aborto só é permitido em três situações, que são gestação decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal. Foto: Irene Almeida
Hoje, o aborto só é permitido em três situações, que são gestação decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal. Foto: Irene Almeida

Em Belém, dezenas de manifestantes foram às ruas na avenida Presidente Vargas nesta sexta-feira, 14, para protestar contra o PL 1904, que equipara a punição de abortos realizados após as 22 semanas de gestação em casos de estupro a pena por homicídio simples, inclusive para os médicos.

O PL, que teve a urgência aprovada na Câmara dos Deputados na quarta-feira (12), é de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e quer alterar artigos do Código Penal que preveem exclusão de punibilidade, previsto em um trecho que define que aborto não é punido em casos de estupro e risco à vida da mãe. O texto, da década de 1940, não define tempo máximo para a interrupção.

Hoje, o aborto só é permitido em três situações, que são gestação decorrente de estupro, risco à vida da mulher e anencefalia fetal. Os dois primeiros estão previsto no Código Penal e o último foi permitido via decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) em 2012. Não há limite da idade gestacional para a realização do procedimento em nenhum desses cenários.

Caso o PL seja aprovado, porém, a pena poderia chegar a 20 anos para mulheres que realizam o procedimento em caso de estupro, mais tempo do que a pena prevista para o estupro em si.

“Essa manifestação foi organizada pela frente feminista do Pará ontem à noite. O tema é urgente, pela forma com que essa PL foi definida em 23 segundos de votação e sem falar sobre o que estava sendo votado. Não é uma questão religiosa, de comportamento, e sim de saúde pública. As meninas e mulheres que são violentadas e engravidam e são essas meninas que estão correndo muito risco que correm risco de serem condenadas a penas de 20 anos. eu mesma fui vítima de quatro tentativas de estupro, e dentro de casa. eu passei por isso e sei que é algo que não deixa nossa via ser a mesma transformei em luta, mas a maioria não consegue. Não podemos criminalizar por uma coisa que não é culpa da gente. A bancada do estupro diz que essas mulheres devem levara a gravidez e depois dar as crianças”, declarou Karina Lopes, militante feminista do Movimento Marielle Vive!.

Os manifestantes pediam por políticas públicas de educação sexual nas escolas e pela saída do deputado e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).