Cinquenta comerciantes que trabalham na avenida Bernardo Sayão, entre a rua Fernando Guilhon e a travessa Quintino Bocaiúva, participaram de uma reunião promovida pela Prefeitura de Belém, para repasse de informações sobre o remanejamento de seus estabelecimentos que funcionam naquele trecho, que receberá serviço de urbanização e a duplicação da via. A reunião ocorreu no estacionamento da Unidade Coordenadora do Programa de Saneamento da Bacia da Estrada Nova (UCP/Promaben), responsável pela obra.
O objetivo da reunião, realizada nesta quinta-feira, 19, foi tirar dúvidas dos comerciantes sobre como será realizado todo o processo de reassentamento deles. O sociólogo do consórcio TPF/Synergia, que presta serviço para o Promaben, Helber Borges, fez a abertura sobre o encontro.
Em seguida, a subcoordenadora Social do Promaben, Regina Penna, apresentou a dinâmica da reunião. “As situações se apresentam de forma diferente e, por isso, é preciso uma análise cautelosa sobre esse processo”, explicou. Segundo ela, de acordo com o Plano Específico de Reassentamento (PER), as soluções podem ser desde receber uma unidade comercial que está sendo construída dentro do Conjunto Habitacional I da Condor, ou os vários modelos de indenizações como a de Lucro Cessante, o Fundo de Comércio ou o Pacote de Reposição.
“Depois dessa reunião, os próximos passos são coletar os documentos, destiná-los para análise das equipes sociais e do jurídico e, a partir daí, apresentar ao comerciante uma solução dentro daquelas que o PER já propõe”, afirmou Regina Penna. “Mas, é importantíssimo frisar que cada caso é um caso e que precisam apresentar todos os documentos comprobatórios da atividade desenvolvida”, completou.
Regina completou dizendo que, “para tranquilizar os moradores e alinhar todos os pontos, a próxima convocação para tratar do assunto será com o objetivo de realizar um atendimento individualizado”.
Os comerciantes ainda continuam na expectativa do que será apresentado nas situações específicas. A dona de uma assistência técnica, Beatriz Viana, de 27 anos, apontou que é só depois da avaliação que será possível ter uma visão melhor sobre o que está sendo proposto.
“Nós ainda estamos muito inseguros sobre o que será proposto como solução, porque não sabemos se seremos encaminhados para uma área valorizada. A gente espera ir para um lugar seguro e que tenha oportunidade de ter um lugar para trabalhar”, disse Beatriz.
O sentimento é compartilhado por Miguel Arcângelo, dono de panificadora e mercadinho na avenida Bernardo Sayão. “Apesar da tentativa da Prefeitura em deixar tudo bem esclarecido, nós ainda estamos na pendência de saber o que vai realmente sair e se a proposta de solução para vai nos atender”.
Ao todo, 318 imóveis devem sair da avenida Bernardo Sayão, entre a rua Fernando Guilhon e travessa Quintino Bocaiúva. As negociações estão previstas para 180 imóveis mistos, residenciais e comerciais, e 49 que são apenas comércios. A reurbanização e duplicação da Avenida Bernardo Sayão é uma das obras pioritárias que preparam a cidade para a realização da COP 30.