Grande Belém

Maio Furta-Cor: ação reforça cuidados com saúde mental materna

Maio Furta-Cor: ação reforça cuidados com saúde mental materna Foto: Wagner Almeida / Doário do Pará.
Maio Furta-Cor: ação reforça cuidados com saúde mental materna Foto: Wagner Almeida / Doário do Pará.

Diego Monteiro

Muitas discussões pautam o universo materno. Na manhã deste domingo, 19, por exemplo, foi realizada a marcha alusiva à campanha nacional Maio Furta-Cor, em Belém, que visa sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna neste que é considerado o mês das mães. Neste ano, a iniciativa na capital paraense teve como tema central “Uma Mãe Leva a Outra”.

 

Um levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) revela que 26,3% das mulheres apresentam sintomas de depressão entre seis e 18 meses após o parto. As taxas de depressão no período pós-parto variam em até 30% e cerca de 60% das mulheres já apresentam indícios durante a gestação, sem serem diagnosticadas e tratadas adequadamente no país.

 

A depressão pós-parto interfere na capacidade materna de cuidar de si e do lactente, aumenta o risco de psicose, suicídio e infanticídio, e afetar a saúde da criança. “Por isso, o Maio Furta-Cor também busca envolver as crianças, uma vez que as mães com depressão oferecem menos estímulos sensoriais, cognitivos e afetivos aos seus filhos”, afirma Camila Mota, representante do movimento no Pará.

 

Camila, que também é nutricionista, reforça que é preciso que a sociedade como um todo participe desse cuidado com as mães. “Nós precisamos sim de políticas públicas efetivas que sejam direcionadas para a saúde mental materna e que atendam todos os recortes sociais, de classe e raça, mas enquanto indivíduos, também podemos contribuir com pequenas ações”, acrescenta.

 

Para entender melhor, a musicoterapeuta e artiterapeuta, Gilda Maia explica que o nome da campanha também faz referência à furta-cor porque, é o fenômeno que se refere a uma cor cambiante, que se altera conforme a luz que recebe. “E a maternidade é isso: não tem uma única cor. A maternidade não é uma única maternidade. São vários tipos de mães e por isso o nome da campanha”.

 

“Uma mãe mentalmente saudável é capaz de dar ainda mais o seu melhor. A mão que balança o berço, move o mundo. A sociedade precisa se envolver para a construção de uma realidade melhor neste sentido. Não julgar as escolhas dessa mãe, oferecer apoio e, principalmente, apoiar essa mulher para fazer algo que ela precisa, é colaborar positivamente para a sociedade como um todo”, alega Gilda.