Pará

Justiça condena mulher que era do 'Tribunal do Crime' do Comando Vermelho no Pará

Após denúncia do MPPA, Justiça condena réu a 13 anos de prisão por violência psicológica, cárcere privado e estupro
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A Vara de Combate ao Crime Organizado de Belém condenou nesta quinta-feira, 15, a ré Luene Patrícia Lobato Borges a 20 anos e 8 meses de reclusão em regime inicial fechado e mais 1.533 dias-multa pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e por pertencer à organização criminosa Comando Vermelho.
De acordo com o inquérito policial, a ré, na cidade de Bragança, realizava a cobrança para a facção de uma taxa denominada “caixinha”, referente a uma cobrança mensal de um valor, hoje estipulado em torno de R$ 100, que cada “boca de fumo” deveria pagar.
As investigações também apontaram que Luene já possuiu o cargo, dentro da organização crimonosa, de “Disciplina da Invasão Julia Quadros” e “Disciplina das Dívidas de Bragança”, ou seja, ela teria participação ativa nos chamados “Tribunais do Crime”, com direito a voto em decisão colegiada sobre quando algum integrante adotava uma postura individual considerada inadequada.
Foi negado à ré o direito de recorrer em liberdade. “Ancorado nas provas produzidas sob o crivo do contraditório e da ampla defesa, corroboradas pelas provas colhidas em sede inquisitorial, inclusive as extrações de dados constantes do feito e em fontes abertas tais como facebook, que estão harmônicas, ressai que não restam dúvidas quanto a prática delitiva da ré do crime de integrar a perigosa organização criminosa comando vermelho, ocupando vários cargos de destaque na mesma”, destaca a decisão.
Sobre o envolvimento com o tráfico, a decisão destaca que “de acordo com as provas colhidas, restou também cabalmente configurado que a ré se associou, de maneira estável e permanente, para cometer os crimes de tráfico de drogas”.