Wesley Costa
Neste domingo de Natal (25), o tradicional bloco Império Romano retornou às ruas da capital paraense, arrastando uma multidão que não desanimou com a forte chuva que caiu desde a contração do cortejo, iniciada às 13h, no bairro do Telégrafo. Com bastante alegria, irreverência e fantasias bem elaboradas, o bloco completou mais de 50 anos de história. A programação é considerada pelos organizadores o primeiro grito de carnaval no Brasil.
De acordo com a organização do evento, o desfile que chegou a sua 52ª edição, após dois anos de suspensão, devido a pandemia da Covid-19, esperava receber cerca de 80 mil foliões. A animação do público brincante ficou a cargo da bateria do Mestre Meia-Noite, Trio Açaí e o Trio Pegada. Além da banda de fanfarra composta por vários músicos veteranos no bloco.
Helander Andrade, um dos criadores do bloco, falou sobre a emoção de voltar às ruas e do tema “Mesmo com Covid, sem medo de ser feliz”, escolhido para celebrar o momento. “É uma grande satisfação ver o Império nas ruas. Infelizmente, perdemos membros nos últimos anos, mas viemos de maneira urgente, abrindo o carnaval do Brasil. Hoje, nosso grande fundador e outros tantos amigos não estão fisicamente entre a gente. Mas esse desfile e o tema vem para homenageá-los também, lembrando que a alegria continua e deve sempre continuar”, disse.
Figura irreverente e cheia de alegria que acompanha o bloco desde o primeiro desfile, Edna Cabral, 70, destacou a importância da persistência na vida. “Depois de tudo que passamos, e tantas perdas, para mim é uma felicidade gigantesca vivenciar mais uma no de bloco. Esse momento aqui nos mostra que Deus existe e que a Roma é eterna! Com certeza, todos aqueles amigos que não estão mais presentes aqui conosco neste mundo, estão festejando e nos acompanhando lá de cima com muita alegria, como a vida deve ser levada”, diz a brincante.
Completamente vestido a caráter, José Martins, 32, conta que sempre acompanhou o bloco “por acidente”, mas que durante o momento mais crítico da pandemia, sentiu saudades de viver a alegria de um carnaval de rua. “A pandemia nos mostrou e mudou muita coisa, principalmente o quanto a vida deve ser festejada e vivida em sua plenitude. Por isso, dessa vez, eu vim para aproveitar até o final. Esse é um primeiro grito que não podia deixar de ser dado e ouvido”, contou.