Ana Laura Costa
Ontem (15), os condutores que precisaram passar pela rua dos Mundurucus, entre a travessa Quintino Bocaiúva e a avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro da Cremação, tiveram que lidar com o trânsito lento na área. Isso porque apenas uma faixa da via estava liberada devido à retirada dos entulhos que sobraram das 13 sacadas que desabaram no último sábado (13), do edifício Cristo Rei, em Belém.
Em nota divulgada ontem (15), a Defesa Civil de Belém informou que a causa do desabamento das sacadas, em efeito cascata, pode ter sido ocasionada por infiltrações que provocaram a corrosão da estrutura de ferro que sustentavam a sacada da cobertura do edifício. “As armaduras ficaram expostas à água, acarretando corrosão nas ferragens da sacada da cobertura”, detalha a nota.
Segundo o comandante operacional do Corpo de Bombeiros Militar, Coronel Jaime de Oliveira, durante a tarde de ontem foram, além dos escombros, retirados dois cilindros de gás GLP, que estavam armazenando gás sob pressão. Com todo o cuidado, a equipe de bombeiros com o apoio da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan Belém), removeu os cilindros, pois havia risco de vazamento.
“Estamos realizando a limpeza da área, até porque o apanhado de provas e amostras já foi feito. O prédio está interditado, os moradores estão fazendo apenas a retirada de seus pertences, sempre acompanhados da guarnição. Vamos concluir a retirada dos entulhos ainda hoje (ontem), o síndico do edifício já foi informado de que deve colocar um tapume na área danificada. A área deve permanecer isolada, isso porque as outras sacadas não caíram, mas ainda pode acontecer, portanto, a via deve permanecer interditada”, comenta o coronel Jaime.
Vale ressaltar que, por meio de nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) orienta, ainda, que quem puder, evite a área, usando rotas alternativas como as avenidas Conselheiro Furtado e Gentil Bittencourt.
SUSTO
A aposentada Auristela Oliveira, de 78 anos, mora ao lado do prédio onde tudo aconteceu. “Eu já vi muita coisa nessa rua, mas isso aí foi a primeira vez. Você nem imagina o susto!”, relata. A filha da aposentada, Andrea Oliveira, 49, afirma que a mãe tem problemas cardíacos e ficou muito assustada no dia. As duas saíram da residência no sábado (13) e só retornaram para casa na segunda-feira. “Nós fomos para o apartamento de uma amiga, foi horrível o estrondo, o susto que nos causou. Minha mãe ficou muito nervosa, agora ela passa o dia todo bem, mas chega a noite ela fica se tremendo”, revela Andrea.
Ainda hoje, a Defesa Civil deve concluir o laudo técnico, informando a situação estrutural do imóvel. Assim como a Defesa Civil, a Polícia Científica do Pará (PCP), em conjunto com o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA), também elabora um laudo técnico sobre o que pode ter causado o desabamento. A PCP informa que peritos criminais do Núcleo de Engenharia Aplicada (NEA) realizaram vistoria técnica no sábado e no domingo, em cada um dos andares do prédio, incluindo o lado em que não houve desabamento.