
O governador do Pará, Helder Barbalho, sancionou no início de maio último a lei ordinária nº 10.966/2025 que institui a política de incentivo ao uso da bicicleta no Estado. A medida tem como principal objetivo ampliar e diversificar os meios de circulação nos espaços públicos, promovendo a mobilidade urbana sustentável.
De acordo com a lei estatuída pela Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), a nova política visa estimular o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo, promover campanhas educativas voltadas para o uso da bicicleta, estimular a implementação de projetos e obras de infraestrutura cicloviária e incentivar o associativismo entre ciclistas. A lei já está em vigor.
O mestre em planejamento do desenvolvimento Leonard Grala, 42, integrante do Coletivo ParáCiclo, pontua que a capital paraense é uma das cidades que mais utiliza a bicicleta no País, com base em estudos internos do coletivo. Conforme ressalta o cicloativista, o trânsito na capital paraense é bem denso, o que requer maior atenção para ciclistas que precisam circular pela cidade e promover a ciclomobilidade.
“O ciclismo tem caráter de sustentabilidade”, ressalta Grala, aproveitando as discussões que estão em efervescência por conta da COP 30 em Belém. “Em um raio de cinco quilômetros, a bicicleta é mais eficiente quando levamos em conta o tempo de deslocamento e a energia gasta. Tem gente que vai na padaria perto de casa e utiliza o carro, um deslocamento que poderia ser feito com a bicicleta”, frisa.
“Nós, enquanto sociedade civil, fazemos o que podemos, como abrir diálogo com a população para conversar e ouvir as pessoas sobre o assunto”, explica. Para ele, os governos precisam fazer diagnósticos e definir metas e indicadores para melhor realizar a ciclomobilidade na cidade da COP 30. “É promover de fato ações estruturais de médio e longo prazo para que as pessoas tenham mais segurança e que outras pessoas passem a utilizar a bicicleta na rotina.”
REDE
Infraestrutura cicloviária em Belém
De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança, Ordem Pública e Mobilidade de Belém (Segbel), atualmente a capital tem 164 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, estruturas exclusivas para o trânsito de bicicletas, distribuídas em diversos bairros.
Elas possuem diferenças importantes. Ciclovias são vias separadas fisicamente do tráfego de veículos, proporcionando maior segurança aos ciclistas. Já as ciclofaixas são demarcações feitas nas ruas para indicar o espaço destinado às bicicletas, geralmente sem barreiras físicas de proteção.
De acordo com o último Ranking de Ciclovias e Ciclofaixas nas capitais brasileiras, atualizado em julho de 2024 pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), Belém marcava o sexto lugar entre as capitais com a maior rede de ciclovias e ciclofaixas, com 150,58 quilômetros. A capital paraense ficou atrás de São Paulo (710,9 quilômetros), Distrito Federal (551,51), Fortaleza (443,1), Rio de Janeiro (316,56) e Salvador (308,59).