Grande Belém

Frutas tiveram alta de até 33% em Belém

Frutas tiveram alta de até 33% em Belém

Diego Monteiro

Diversas frutas tiveram aumento de preço nos supermercados e feiras de Belém entre julho e agosto deste ano. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA), o aumento mais significativo chegou a 33,67%.

As cinco frutas que mais sofreram com o aumento nos custos foram: limão, que teve uma elevação de 33% no quilo. O abacaxi ficou 2,99% mais caro; o mamão ocupou a terceira posição com 2,80%; em seguida, a manga rosa apresentou um aumento de 1,94%; e encerrando a lista dos maiores reajustes, a goiaba vermelha registrou um acréscimo de 0,96% no preço. Laranja (0,86%), Melão (0,50%) e Banana Prata (0,45%) vêm em seguinda.

Desde janeiro, outras frutas também tiveram grande alta de preço: o abacaxi, com alta acumulada de 45,89% seguida da manga rosa, que ficou 41,19% mais cara e a laranja pera, com 10,71%

Segundo a entidade, nos meses de janeiro a agosto de 2023, as altas ficaram acima da inflação, que estava calculada em 3%, segundo o Índice de Preços no Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A principal justificativa é o excesso de chuvas no Sudeste e as secas no Centro-Oeste do Brasil, causando o que os especialistas chamam de “lavoura de curto prazo”.

“Ao analisarmos o levantamento, concluímos que são produtos consumidos em larga escala não apenas em Belém, mas em todo o Pará. Em contrapartida, não existe uma produção que atenda essa demanda aqui, e é por isso que buscamos esses alimentos em outros estados. Além do clima, os custos de produção também tornam tudo mais caro”, afirmou o supervisor técnico do Dieese/PA, Everson Costa.

Everson também acrescentou: “Essas causas são tradicionais, mas enquanto tivermos um alto grau de dependência e não tivermos uma produção que atenda, pelo menos em parte, ao que consumimos aqui, toda vez que houver variações significativas nos custos, o resultado será um preço final muito elevado para nós, afetando diretamente os rendimentos mensais das famílias”.

VENDAS

No entanto, os feirantes ainda conseguem negociar com os clientes. “Usamos algumas estratégias, por exemplo, cortamos as frutas e colocamos na bandeja, desta forma conseguimos fazer um preço mais acessível. No mais, quem quiser aparecer aqui na feira da Pedreira, eu garanto que terá um desconto especial e sairá com o que quiser”, disse Nildo Moreira, 44 anos.

“Por mais que tentamos montar esforços para não passar isso para o consumidor, às vezes fica inevitável. Uma coisa é certa, é preciso também de políticas de redução dos combustíveis, principalmente o diesel”, completou Nildo.

Para Maurir Ferreira, 48 anos, é importante considerar os custos dos produtores agrícolas, em especial o aumento dos preços dos fertilizantes. Além disso, outro fator que eleva o valor de qualquer mercadoria é o custo de produção, que inclui despesas com maquinaria, embalagens e energia elétrica, que recentemente sofreu um aumento em todo o território brasileiro.

“São coisas do mercado… mas dá para pechinchar e encontrar bons preços, além, claro, de pensar em algumas estratégias para economizar. O clima seco e quente motiva o aumento de consumo de frutas como melancia, mamão e manga, por isso são mais caras nesse período, então, a ideia é optar por outras que são consideradas refrescantes, como a própria laranja”, afirmou Nildo.

Alessandra Gonçalves, 43, reforça as dicas. “Prefira comprar frutas em seu período de maior abundância, pois desta forma o consumidor consegue preços melhores, além de consumir a fruta da melhor qualidade. De qualquer forma, nos próximos meses, todos nós estamos com a expectativa de queda no custo, principalmente do abacate, da goiaba vermelha, abacaxi e da tangerina”, concluiu a feirante.

Também no mês passado, algumas frutas apresentaram recuos de preços, como a tangerina, que ficou 14,58% mais barata, seguida da melancia, que caiu 6,23%; o maracujá, com queda de 5,05%, o abacate (4,05%) e a acerola (0,21%).

Nas feiras, o jeito é pechinchar ou escolher frutas da estação, que ficam mais baratas FOTOs: ricardo amanajás