Alexandre Nascimento
Diante da alta constante dos preços da carne vermelha, o frango era a opção mais em conta na alimentação das pessoas. No entanto, a proteína também vem apresentando aumento de preço. Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), entre fevereiro do ano passado e fevereiro de 2023, algumas marcas sofreram o aumento de quase 25%, nos principais supermercados de Belém.
De maneira específica, o Dieese-PA analisou inicialmente o frango congelado. Nesse contexto, a entidade analisou primeiramente a marca Americano que apresentou o maior aumento – em fevereiro de 2022 teve o quilo vendido a R$ 8,24 e, 12 meses depois, comercializado a R$ 10,24, que equivale ao reajuste de 24,27%. A outra marca pesquisada, Avispará, apresentou aumento de 12% neste período, quando em fevereiro de 2022 foi vendida a R$ 8,93 e em fevereiro deste ano foi comercializada a R$ 9,99.
O Dieese-PA também pesquisou o frango resfriado no comparativo dos últimos 12 meses e, novamente, entre as mesmas marcas. No primeiro cenário, a entidade registrou o aumento de 10,58% em relação ao produto da marca Avispará, após o salto de R$ 11,25 para R$ 12,44, nos supermercados da cidade. Já o frango da empresa Americano apresentou alta de 3%, após ser vendido a R$ 12,20 em fevereiro do ano passado, para R$ 12,51, em fevereiro de 2023.
Por isso mesmo, o frango começa a ser motivo de preocupação e pesquisa entre os consumidores. “O que é mais barato, começa a pesar no nosso bolso também, já que o frango tem aumentado muito. Ainda bem que, mesmo assim, ele continua mais barato que a carne vermelha, mas continuando assim vou reduzir no consumo”, disse Socorro da Silva, 65 anos, aposentada.
“Mesmo sendo ainda mais barato do que a carne bovina, eu tenho pesquisado as marcas de frango que têm o preço mais em conta. Estive há 3 dias no supermercado e comprei o quilo a R$ 8.90, hoje (ontem) já estava quase R$ 10. Por isso, fico ligado nas promoções dos supermercados para saber quais deles estão com preços mais em conta”, completou Paulo Godinho, 60 anos, técnico em eletrônica.
IMPACTO
E a alta também tem afetado a quem usa a proteína na venda de comidas, como os vendedores de coxinha que, por conta dos reajustes, precisaram também aumentar o preço do produto aos consumidores. “Há uns 15 dias aumentei a coxinha de R$ 7 para R$ 8, porque se não tivesse feito isso o lucro seria pequeno. Não queria fazer isso, porque os clientes também sofrem com aumento de outras coisas da vida, mas foi necessário para compensar os aumentos do preço do frango”, explicou o vendedor Augusto Araújo.