Pará

Farinha acumula alta de quase 40% em doze meses na Grande Belém

A farinha foi a g Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
A farinha foi a g Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Ana Laura Costa

Uma nova pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese Pará), concluiu que, entre os 12 produtos que fazem parte da cesta básica comercializada no Estado, a farinha lidera no ranking dos itens que mais subiram de preço nos últimos doze meses, acumulando uma alta de quase 40%. Nos quatro primeiros meses deste ano, de janeiro a abril, o preço do produto acumula alta de quase 15%.

O levantamento ainda indica que a carestia do preço da farinha de mandioca vendida nas feiras livres, mercados e supermercados da grande Belém, tem relação direta com o período de entressafra, as variações climáticas e a cadeia produtiva, que neste caso em especial, recai sobre os chamados atravessadores – agentes de comercialização que atuam como intermediários entre os produtores e os consumidores.

“Está realmente mais cara, a farinha chega mais cara para gente agora por conta dos atravessadores mesmo. Antes entregavam na nossa mão, agora passa pelos intermediários”, relata o feirante do Mercado do Ver-o-Peso, Orlando Serrano, de 49 anos.

Segundo o trabalhador, que prefere comercializar a famosa farinha de Bragança, uma saca com 100 litros custa R$ 800,00, sendo assim, ele vende o litro da lavada a R$ 15,00 e até R$ 20,00. “Se pagar a vista, a gente consegue adquirir a saca por R$ 700. Então, temos que vender a esse preço”.

Segundo a pesquisa, a trajetória de preços médios do kg do produto foi a seguinte: em abril do ano passado, o quilo da farinha custava em média R$ 7,19 e encerrou o ano sendo comercializado em média a R$ 8,70, em dezembro de 2022. Em janeiro deste ano, o produto era vendido a R$ 9,26, já em fevereiro os consumidores compravam a farinha de mandioca no valor de R$ 9,91. No mês de março, a média de preço era de R$ 9,93 e em abril, com nova alta, o produto foi comercializado a R$ 9,98.

Ou seja, as análises comparativas do Dieese Pará mostram que no mês de abril o preço médio do quilo da farinha comercializada em Belém ficou 0,50% mais cara em relação ao mês de março deste ano.

Mas há quem pague sem reclamar muito, o que não vale é ficar sem. “Olha, eu prefiro comprar farinha de Bragança e costumo comprar aqui pela Pedreira por R$ 10,00. Apesar do preço, compensa porque é de boa qualidade e dura bastante, já que em casa são apenas eu e minha filha”, alega a pedagoga Suellen Lago, 33, moradora da Pedreira.

Na feira do bairro, os preços do quilo da farinha variam de R$ 10,00 a R$ 7,00, dependendo do tipo. O feirante Antônio Lima, de 51 anos, afirma que a farinha que vende na banca vem dos agricultores dos municípios de Bragança, Bonito e Igarapé Açu e os preços estabilizaram. “Essa semana a gente vai chorar para baixar mais um pouco, porque depende muito da quantidade que a gente compra. Mas a saca da farinha lavada de Bragança parou mesmo em R$ 800,00”.