Grande Belém

Estações do BRT Belém sofrem com abandono

Estações do BRT Belém sofrem com abandono Estações do BRT Belém sofrem com abandono Estações do BRT Belém sofrem com abandono Estações do BRT Belém sofrem com abandono
Foto: Antonio Melo
Foto: Antonio Melo

Alexandre Nascimento

Há 12 anos, a Prefeitura Municipal de Belém (PMB) anunciava a implantação do Bus Rapid Transit (BRT), assim como a construção da via expressa para uso dos veículos articulados e estações estruturadas para interligar as avenidas Almirante Barroso e Augusto Montenegro. Uma obra orçada em R$ 400 milhões, mas que em todo esse tempo, nem de longe atende os anseios de quem depende do transporte público da cidade.

Entre os problemas apresentados pelo sistema, a estrutura das estações do BRT são as que mais têm desagradado os usuários. A equipe do DIÁRIO DO PARÁ percorreu algumas dessas estações e encontrou pichações, baixa iluminação, tapume substituindo o vidro das portas.

A estação que mais possui sinais de abandono está localizada na avenida José Malcher, no bairro de São Brás, ao lado da praça da Leitura. O espaço desde que foi inaugurado nunca foi usado e, por isso, apresenta as paredes pichadas, as portas de vidros abertas e completamente ocupadas por pessoas em situação de rua, que utilizam os corrimões para estender roupas.

Já ao longo da avenida Almirante Barroso, a estação que fica próximo a travessa Mauriti, em frente a um hospital particular, apesar de estar funcionando, também apresenta problemas. Segundo os usuários, de maneira constante a estação tem a fiação roubada durante a madrugada, problema que perdura dias e compromete a iluminação do espaço e até paralisa o funcionamento da catraca eletrônica.

Foto: Antonio Melo

“É comum a gente entrar nessa estação e ver que o teto está arrombado e a fiação foi toda roubada, aí fica sem energia por dias, a catraca não funciona e, como não temos culpa de nada, o funcionário que trabalha aqui manda a gente passar sem pagar a passagem. Tudo isso porque essa estação não recebe atenção”, denunciou Jamile Nazareno, 37 anos, técnica em enfermagem.

Outras três estações que ficam na Almirante Barroso, sendo uma em frente à travessa Enéas Pinheiro e as outras próximas à rua Tavares Bastos, são alvos de depredações como pichações e portas de vidro quebradas, e recebendo a fama de “elefantes brancos”, devido à inoperância.

A falta de estrutura também atinge estações do BRT que estão em pleno funcionamento. Na estação que fica em frente ao condomínio Morada do Sol, por exemplo, a porta de vidro quebrada foi tampada de forma improvisada por um tapume que coloca em risco a vida dos usuários. “Tem bastante tempo que essa porta está assim, um risco danado da pessoa se escorar e isso não aguentar. Na verdade, isso mostra todo o descaso que essas estações estão passando”, concluiu Juvenal Couto, 45 anos, pedreiro.

O que diz a Semob

A Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) informa que as estações do BRT ficam prejudicadas, em função dos recorrentes furtos de cabos de energia, que comprometem o fornecimento de energia elétrica e o sistema das estações. A Semob diz que os furtos ocorrem, praticamente, todos os dias, afetando várias estações do sistema BRT.

A autarquia informa ainda que sempre que é identificado o furto, é feito o registro de Boletim de Ocorrência, para a abertura de inquérito policial, apuração e identificação dos responsáveis pelo ato criminoso.

Ainda segundo o órgão, quando há furto de cabos de energia, as estações que ficam prejudicadas operam parcialmente e equipes da Semob trabalham para restabelecer a energia nessas estações, o mais rápido possível, e, com isso, minimizar os impactos à população usuária das mesmas.

A autarquia informa que já solicitou à Guarda Municipal de Belém (GMB), que intensifique o policiamento nessas estações, a fim de coibir esses delitos, e que está em andamento um processo de contratação da empresa de manutenção dos prédios das estações e terminais do sistema BRT.