Grande Belém

Está difícil achar agentes de trânsito nas ruas de Belém

Reportagem percorreu ruas, como algumas do Guamá, e constatou a falta de agentes de trânsito
FOTO: Celso Rodrigues
Reportagem percorreu ruas, como algumas do Guamá, e constatou a falta de agentes de trânsito FOTO: Celso Rodrigues

 

Irlaine Nóbrega com Redação

Com frota de veículos particulares cada vez maior, o tráfego vem se tornando bastante lento em Belém, o que influencia principalmente no tempo de mobilidade do belenense. Contudo, apesar desse quadro, não se costuma observar a presença de agentes de trânsito nas vias da cidade.

Essa situação virou um problema no cruzamento entre a avenida José Bonifácio e a avenida Magalhães Barata, no bairro de São Brás. Atualmente, devido a reforma do Mercado de São Brás, a via foi readequada, mas a supressão de uma das pistas tornou o trânsito ainda mais complicado.

Na interseção das duas avenidas existe uma marcação de área de conflito, uma sinalização em amarelo que indica a proibição de parada ou estacionamento de veículos, prejudicando a circulação. Apesar disso, os veículos que trafegam pelas duas vias se encontram e param no meio do cruzamento, o que costuma engarrafar o trânsito do entorno e o escoamento dos veículos para a avenida Almirante Barroso.

O ciclista Isaías Moraes, 35 anos, trafega diariamente pela área rumo ao trabalho e relata que o trânsito é perigoso no local. “Aqui a via tá sempre obstruída. Tem uma marcação amarela no asfalto que serve para não obstruir a via, mas não adianta. Dificilmente eu vejo guarda de trânsito aqui. A gente que é ciclista tem que parar e só atravessar quando tiver seguro porque ainda tem carro que não respeita o sinal”, conta o gesseiro.

Ao longo da avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, o trânsito fica bem complicado nas primeiras horas da manhã. Sem nenhum agente de trânsito, os motoristas formam filas para acessar o retorno do canteiro central ou até mesmo entrar em retornos proibidos. O tráfego pesado flui até a esquina da avenida Antônio Baena, que também segue engarrafada.

No cruzamento entre a avenida Conselheiro Furtado e a travessa Barão de Mamoré, no limite entre São Brás e Guamá, o trânsito também congestiona nessa que é uma das principais vias alternativas de acesso ao centro da cidade. E nesse trecho também não havia nenhum agente de trânsito na manhã de ontem.

Nos bairros mais periféricos, o problema é dobrado. No encontro da avenida José Bonifácio com a rua Barão de Igarapé-Miri, em frente a feira do Guamá, os veículos disputam espaço com o mercado e muitos motoristas não respeitam o sinal vermelho. Vans, motos e carros estão constantemente parando ou sento estacionados no meio do tráfego da via de mão dupla, atrapalhando a fluidez do trânsito.

A falta de orientação e fiscalização no local faz com que alguns moradores tenham receio de atravessar o cruzamento, como costuma ocorrer com a dona de casa Maria de Nazaré, de 68 anos. “É muita dificuldade para atravessar, é muito bagunçado esse sinal. Só um guarda mesmo pra ajudar aqui porque ninguém respeita a sinalização. Eu fico esperando abrir e fechar várias vezes para atravessar na certeza. É todo dia essa agonia”, relata a moradora.

Semob

Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) afirma que as novas tecnologias têm auxiliado e melhorado as ações de fiscalização no trânsito, a exemplo dos radares instalados nos principais corredores da cidade, que fiscalizam velocidade, parada na faixa de pedestre e avanço de sinal. Ainda este semestre, diz a nota, os principais corredores de grande fluxo de tráfego contarão com fiscalização também com câmera de videomonitoramento.

A Semob ressalta que a fiscalização pelos agentes de trânsito é feita em pontos fixos e por meio de ronda, com o apoio do guincho, percorrendo os principais corredores da cidade e aplicando multas, mediante flagrante.

A nota afirma ainda que os agentes da Semob também atuam na orientação de condutores no trânsito, organizando e garantindo a fluidez e segurança viária, bem como, trabalha em parceria com o Centro Integrado de Operações (Ciop), onde dispõe de agentes de trânsito de plantão, diz o texto.