Cintia Magno
No corredor emoldurado por mangueiras centenárias, a movimentação de pedestres, artistas, trabalhadores e da sociedade civil organizada se intensifica assim que iniciam as primeiras horas da manhã de domingo. Cartão-postal da cidade, a Praça da República é ponto de movimento certo no dia de folga da grande maioria dos trabalhadores e, não por acaso, abriga os mais variados públicos em busca de um momento de descanso e lazer para renovar as energias para a semana de trabalho que lhes aguarda.
Aproveitando a sombra da árvore para curtir a família reunida, a dona de casa Cleide Ladislau, 63 anos, dá continuidade à tradição já construída. Sempre que pode, ela conta que vai ao local com a família para aproveitar a manhã de domingo. “A gente gosta muito da Feira de Artesanato e de reunir a família mesmo, trazer as crianças. Hoje estamos em três famílias reunidas. Nós sentamos aqui, as crianças brincam, os jovens vão andar um pouco”, conta. “Sempre quando tem programação, como teve o Arraial do Pavulagem, a gente vem também”.
Filha de Cleide, a técnica de nutrição Kelly Gomes, 42 anos, considera que a praça e toda a movimentação que ela abriga já são a cara do domingo, uma boa forma de aproveitar o dia de folga. “Já é uma tradição, né? A Praça da República combina com a manhã de domingo”.
A possibilidade de as crianças se divertirem ao ar livre e em segurança é o que mais agrada a ajudante de cozinha Rosemary Castro, 57 anos. Acompanhada por duas filhas e quatro netos, ela se encantou pela praça. “É muito bom. A gente traz as crianças para se divertir, brincar um pouco. Nós passamos esse período da pandemia muito trancados em casa, então, é muito bom poder sair de novo”, considera. “Nós já tomamos o nosso café na grama porque as crianças queriam fazer tipo um piquenique, então agora é aproveitar, né?”.
As toalhas estendidas sob a grama também possibilitaram um lanche diferente para a autônoma Érica Craveiro, 27 anos. Acompanhada pela filha e pelas sobrinhas, ela escolheu a Praça da República para aproveitar a manhã de domingo. “É muito tranquilo, principalmente para quem tem criança. A gente pode trazer o lanche delas, comer junto. Acaba sendo um dia especial”.
O hábito que já é tradição para muitas famílias que moram em Belém foi conhecido pelo professor Joel Pantoja, 40 anos, e sua família neste domingo. Moradores do município de Melgaço, no Arquipélago do Marajó, eles aproveitaram as férias para visitar Belém e logo foram informados que não poderiam deixar de conhecer a Praça da República aos domingos. “Logo avisaram que tinha que vir na praça, no domingo, para conhecer a Feira de Artesanato, então a gente veio”, comentou o professor. “O que a gente já percebeu é que a movimentação é, realmente, muito grande. Estamos gostando”.