Grande Belém

Devotos celebram São Cristóvão, padroeiro dos viajantes e motoristas

A carreata passou por diversas ruas da capital, encerrando o trajeto na Comunidade Santo Agostinho, no bairro da Terra-Firme, onde o santo recebeu mais homenagens, incluindo a apresentação de um coral. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
A carreata passou por diversas ruas da capital, encerrando o trajeto na Comunidade Santo Agostinho, no bairro da Terra-Firme, onde o santo recebeu mais homenagens, incluindo a apresentação de um coral. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Pryscila Soares

Padroeiro dos viajantes e dos motoristas, São Cristóvão foi homenageado na manhã desta terça-feira (25), em Belém, na data em que a Igreja Católica celebra o dia do santo. Responsável pela organização do evento, o grupo Amigos de São Cristóvão promoveu a 110ª edição da carreata em louvor ao santo.

A carreata passou por diversas ruas da capital, encerrando o trajeto na Comunidade Santo Agostinho, no bairro da Terra-Firme, onde o santo recebeu mais homenagens, incluindo a apresentação de um coral.

A tradicional celebração iniciou às 8h com Santa Missa realizada na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Fátima, seguida da carreata que reuniu membros do grupo, devotos, além da banda de música da Polícia Militar do Pará e Guarda Municipal. As homenagens pela festividade de São Cristóvão também ocorreram na igreja Nossa Senhora do Ó, no distrito de Mosqueiro.

De acordo com a Igreja Católica, a tradição de homenagear São Cristóvão teve início na capital paraense no ano de 1913, quando a imagem peregrina do santo foi trazida de Portugal e, até hoje, continua presente nas procissões. Inicialmente organizada pela União dos Choferes do Pará, a responsabilidade da celebração foi posteriormente assumida pelo Sindicato dos Rodoviários, e atualmente é organizada pelos Amigos de São Cristóvão.

TRADIÇÃO

A ideia é manter viva a tradição centenária, conforme ressaltou o coordenador da carreata e membro do grupo Amigos de São Cristóvão, Hermínio Calvinho Neto, 51. Na família do devoto, a devoção ao santo passa de geração para geração. “São 110 anos. A carreata vem da União dos Choferes. Na minha família, são mais de 80 anos de história. Meu avô começou, depois meu pai e eu continuo. Só temos que agradecer a São Cristóvão. Ele que nos protege. É o padroeiro dos transportes”, pontua.

O objetivo maior da homenagem é agradecer. “Meu avô, Hermínio Calvinho, era presidente da União dos Choferes e o sentimento de poder fazer isso só São Cristóvão sabe. Ele nos dá força, energia e estou muito feliz”, declara o coordenador.

A tradicional celebração iniciou às 8h com Santa Missa realizada na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, no bairro de Fátima, seguida da carreata que reuniu membros do grupo, devotos, além da banda de música da Polícia Militar do Pará e Guarda Municipal. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Quem também dá continuidade à tradição familiar é o comerciante Mário Martins, 52. “Participo há 25 anos da carreata. É gratificante porque começou com meu avô, com meu pai. Todas as pessoas que organizam essa festa vêm de uma tradição, mantendo a força e a fé. Todos os condutores, motoristas, aeroviários e todos que conduzem a humanidade têm que ter a proteção de São Cristóvão. É uma festa familiar e um ato de fé, proteção e esperança de que dias melhores virão”, assinala.

DEVOÇÃO

São Cristóvão, cujo nome significa “aquele que carrega Cristo”, é venerado como um dos santos mais populares da tradição cristã. A história do padroeiro dos viajantes e dos motoristas remonta aos primeiros séculos do Cristianismo. Segundo a tradição, São Cristóvão era um homem de estatura imponente e força sobre-humana, que vivia como um eremita e dedicava sua vida a ajudar os outros.

Um dia, enquanto buscava um rei poderoso a quem servir, ele encontrou um ermitão que o instruiu a colocar seus talentos a serviço de Deus, servindo os viajantes e transportando-os através de um rio perigoso. Durante uma dessas travessias, ele carregou um menino desconhecido em seus ombros, que se revelou como o próprio Cristo, e desde então, São Cristóvão foi reconhecido como o protetor dos viajantes e um símbolo de auxílio incondicional ao próximo.