Luiza Mello
O público estimado para a Conferência da ONU para o clima pode chegar a 30 mil pessoas, incluindo chefes de Estado, diplomatas, tomadores de decisões e cientistas. Nesse contingente, incluem-se empresários que visitam o evento de olho em oportunidades de investir em estratégias sustentáveis nos setores agropecuário, tecnológico, industrial e de energia, entre outros.
A realização da COP 30 de 2025 na capital paraense, anunciada nesta sexta-feira, 27, já era dada como praticamente certa, frente aos esforços do governo federal para reposicionar o Brasil na diplomacia ambiental. É uma das estratégias do presidente da República de reposicionar o país no cenário internacional de combate às mudanças climáticas e degradação ambiental.
A candidatura do Brasil recebeu o apoio dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Desde 1992, quando sediou a primeira conferência climática no âmbito da ONU, a Eco-92, o país destaca-se na liderança do bloco das nações em desenvolvimento e é uma das vozes mais respeitadas durante as negociações.
A 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28 –prevista para ocorrer entre 30 de novembro e 12 de dezembro deste ano, será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes. A COP 29, que será em 2024, tem grandes chances de acontecer na Austrália, que tem a preferência junto às ilhas vizinhas do Pacífico. Para sediar uma Cúpula do Clima, os países precisam se programar com pelo menos 485 dias de antecedência. Há ainda uma lista de compromissos, regras e responsabilidades a serem cumpridas pelo candidato.
A escolha dos países que sediam conferências climáticas da ONU segue um rodízio regional. Em 2019, era a vez da América Latina, e o Brasil, que havia se candidatado, foi escolhido para sediar a COP 25. Em 2019, o Brasil seria o anfitrião da COP-25, mas o então presidente Jair Bolsonaro, cancelou a chance de o Brasil sediar o evento. À época, um comunicado do Itamaraty justificou a decisão dizendo que o país “se viu obrigado” a retirar sua candidatura por “restrições fiscais e orçamentárias”. A conferência então foi realizada em Madri, na Espanha.