Grande Belém

Comerciantes reclamam de prejuízos causados por obra no Jurunas

Empreendedores relatam que não tiveram tempo de se preparar para as mudanças que seriam causadas pelo andamento das obras FOTO: MAURO ÂNGELO
Empreendedores relatam que não tiveram tempo de se preparar para as mudanças que seriam causadas pelo andamento das obras FOTO: MAURO ÂNGELO

Trayce Melo

Os moradores e comerciantes do bairro do Jurunas, reclamam dos transtornos diários causados pelas obras de duplicação e urbanização da avenida Bernardo Sayão, no trecho entre a rua dos Mundurucus e a avenida Engenheiro Fernando Guilhon.

Além da interdição do trânsito, a situação tem provocado, segundo os comerciantes, quedas nas vendas de até 50%, além da grande quantidade de poeira e sujeira nas casas. Mas, o mais preocupante, segundo os populares, é o surgimento de rachaduras na calçada. A intervenção tem previsão de ser concluída apenas no próximo ano.

As obras foram iniciadas em agosto de 2023 e têm investimento previsto de R$ 64 milhões. Segundo a Prefeitura de Belém, a intervenção promete solucionar os problemas de alagamentos que ocorrem em períodos de chuvas.

A batedora de açaí Patricia Amaral, de 45 anos, conta que limpa o estabelecimento todos os dias, porém o local não “para” limpo. “A poeira é um enorme transtorno, eles mandam caminhão pipa, mas não tem como evitar. Estou tendo um prejuízo financeiro enorme e que ninguém vai reparar. Você limpa e em 5 minutos já está tudo sujo novamente. Quem trabalha com alimento sabe que precisa deixar o estabelecimento todo tempo limpo”, conta.

“Ficou intransitável e os clientes não conseguem acessar o ponto de açaí. Os carros sobem a calçada para passar na via, inclusive tive um problema com as sacas de caroços de açaí por conta disso. No horário de meio-dia é um caos aqui, porque é caminhão, carro e moto querendo passar ao mesmo tempo e a via está reduzida”, acrescenta.

A batedora de açaí diz ainda que a chuva causa medo. “Estamos muito na beirada, abriu bastante o buraco e temos uma preocupação de vir a trazer um transtorno ainda maior. Fizeram tudo de uma vez, alguns moradores estão sem conseguir sair de casa”, relata.

Outros moradores são unânimes ao ressaltar que não são contra as obras, mas reclamam da execução, como é o caso da Maria de Fatima, de 66 anos, proprietária de uma venda de café da manhã. “Precisamos de melhorias para o bairro, mas é a forma como foi imposta a nós. Só nos comunicaram e não nos avisaram para nos programar e se preparar. A promessa feita aos comerciantes era de que a intervenção seria executada por etapas. No entanto, rapidamente a rua se tornou um verdadeiro ‘canteiro de obras’ sem aviso prévio”, desabafa.

Nota

Procurada, a Prefeitura de Belém enviou nota em que informa que “as obras de duplicação da avenida Bernardo Sayão iniciaram em agosto de 2023 e têm prazo de 18 meses para serem concluídas. Portanto, não há atraso”. A nota diz ainda que “O encaminhamento das obras e o cronograma de execução são acompanhados mensalmente pelas comissões de fiscalização de obras e serviços da duplicação. O grupo é formado por moradores e pessoas que exercem funções dentro da obra”.