O Círio mais antigo do Pará teve seu ponto alto neste domingo, 10, com a procissão que arrastou pelo menos 120 mil pessoas, segundo os organizadores, pelas ruas históricas de Vigia. A romaria começou bem cedo, 8h, e ganhou as ruas da cidade.
A novidade neste ano foi o retorno da corda atrelada à berlinda que abriga a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. O símbolo do Círio local ficou suspenso durante a fase aguda da pandemia da Covid-19 como medida preventiva e agora retornou e foi conduzida por milhares de devotos, que estavam ali para pagar alguma promessa.
Segundo o padre Charles, Vigário e responsável pela programação do Círio de Nazaré no município, a corda, um dos principais símbolos da festividade, já está preparada para os fiéis.
“Esse ano iremos fazer como nos anos anteriores à pandemia, ano passado não teve a corda, mas muitos elementos que foram saindo por conta da emergência sanitária, estão voltando, e a corda é uma delas”, conta o Vigário ao DIÁRIO.
Na próxima semana, também ocorre o ‘Círio das Crianças’, ‘Trasladação das Crianças’ e ‘Peregrinação nas cidades do interior’. A festividade ainda seguirá com missas, novenas e adoração, por quinze dias.
Além da programação, padre Charles também explica que o tema deste ano aborda três aspectos da vida da igreja, são eles a Carta Pastoral do Bispo Dom Carlos, o Ano Vocacional que a igreja vive no Brasil e a Sinodalidade convocada pelo Papa Francisco, de “Caminhar Juntos”.
O Círio de Vigia é a festividade mais antiga em honra à Nossa Senhora de Nazaré na Amazônia, com as celebrações iniciadas na última sexta-feira (8), abrindo oficialmente a 326º edição, que tem como tema “Maria, vocacionada à missão”.
“O objetivo é levar os fiéis a se conscientizarem de sua missão como batizados e evangelizadores. Trata-se ainda de reavivar a fé e aproximar os fiéis de Deus, renovar o amor em Cristo e por Cristo, pôr fim ao distanciamento causado pela pandemia. Estamos vivendo um tempo de renovação e avivamento, essa é a mensagem”, pontua padre Charles.
O Círio de Vigia começou em 1697 pelos jesuítas, que vindos de Portugal trouxeram a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Desde então, a tradição nazarena começou no município e se espalhou para outras cidades, entre elas, a capital Belém.