Alexandre Nascimento
Saúde física e mental e meio alternativo de transporte são algumas das motivações do grupo “Pedal100choro”, que reúne centenas de ciclistas, em Belém. Eles saem aos montes pelas ruas da cidade, algumas vezes até para outros municípios e trilhas, sobretudo nos trechos que contam com ciclofaixas, numa atividade que vai muito além do simples prazer de pedalar, a maioria marcada por meio das redes sociais.
Na noite de ontem, o itinerário do grupo foi seguir, entre ir e voltar, da rua Boaventura da Silva, no bairro do Umarizal, até o distrito de Icoaraci, num percurso que totaliza cerca de 45 quilômetros. “Nos organizamos em categorias que envolvem pessoas que nunca praticaram, em percursos menores. Mas, com níveis altos para pessoas mais experientes, em percursos que envolvem ir até para outras cidades. Mas, na realidade, o real objetivo é estimular as pessoas ao pedal”, disse Rodrigo Carvalho, coordenador do grupo.
Mas, a reclamação do grupo fica por conta da violação das ciclofaixas por todos os tipos de veículos automotores, que colocam em risco a vida dos ciclistas. “Essa é uma reclamação de todos os ciclistas. Belém melhorou a extensão das ciclofaixas, são mais de 100 km, mas o grande problema é a falta de respeito ao nosso espaço. É necessária mais fiscalização, para garantir a nossa segurança”, completou Rodrigo.
Para os praticantes de pedal, o desrespeito aos espaços dos ciclistas é o que impede que a prática para pedalar seja feita para além de atividade recreativa. “Não adianta incentivar as pessoas a usarem a bicicleta para ir ao trabalho, dizendo que é mais econômico, sustentável e outros motivos. É necessário fazer nossas ciclofaixas serem respeitadas, apenas assim a prática de pedalar seja aderida, seja no contexto recreativo/esportivo ou como meio de transporte”, opinou Josué Lima, 44, ciclista.
É nesse contexto que o grupo “Pedal100choro” vai realizar a campanha de arrecadação de capacetes para serem entregues a entregadores de aplicativo que usam bicicleta. “A gente organiza nosso pedal, trilhas e viagens, mas também temos interesse em ajudar esses trabalhadores, já que quase todos eles não usam capacete. Se queremos que a bicicleta seja um meio de transporte e de trabalho, vamos estimular fazendo essa ação”, finalizou Rodrigo.