Grande Belém

Casos de dengue têm aumento de 47% em Belém. Veja como se proteger!

A Região Centro-Oeste do Brasil deve registrar nível epidêmico de dengue em 2024, conforme previsão divulgada nesta sexta-feira (8) pelo Ministério da Saúde
FOTO: Wagner Almeida
A Região Centro-Oeste do Brasil deve registrar nível epidêmico de dengue em 2024, conforme previsão divulgada nesta sexta-feira (8) pelo Ministério da Saúde FOTO: Wagner Almeida

 

Diego Monteiro

Em janeiro e até meados de fevereiro deste ano, houve um aumento de 47% no número de casos de dengue em Belém, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). A pasta informou que no mesmo período do ano passado foram diagnosticadas 19 pessoas com a doença, contra 28 casos em 2023.

Um dos principais motivos para o aumento é o período de maior intensidade de chuva, no inverno amazônico, quando o volume de água sobre a região norte do Brasil passa a ser mais intenso, entre novembro e maio, cenário não só para a transmissão da dengue, mas também da zika e chikungunya.

Essas enfermidades são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que aproveita qualquer tipo de recipiente que possa acumular água para colocar os ovos. “O volume de chuva este ano está atípico. Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos que eclodem em pouco menos de 30 minutos”, explicou a coordenadora de endemias da Sesma, Mara Costa.

Segundo a representante da Secretaria, em um período que varia entre sete e nove dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito: ovo, larva, pupa e adulto. “Cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar entre 150 e 200 ovos. Se forem postos por uma fêmea contaminada pelo vírus da dengue, ao completarem seu ciclo evolutivo, transmitirão a doença”.

Mara reforça que a cada dois meses é aplicado o Levantamento de Índice Rápido (LIRA) em bairros estratégicos da Região Metropolitana. A ideia é coletar as larvas de dentro das residências para análise e, com base no resultado, montar campanhas para intensificar a conscientização e a prevenção diante dos mosquitos.

“É um período onde o trabalho passa a ser mais intenso, com a participação de várias pessoas que, juntas, fazem um serviço de formiguinha. Escolhemos atuar em centro comunitário, colégios, ambientes próximos de onde foram constatados os focos de mosquitos para evitar transmissões”.

Costa chama a atenção para os riscos: “É um trabalho que não depende só dos agentes de endemias, mas sim de um coletivo, da população, em perceber que esses focos não são brincadeiras. É observar se ao lado não tem um terreno abandonado com lixos que podem servir como acumuladores de água parada. Assim estaremos mais protegidos”, ressaltou.

Leonardo Pantoja, 56, mora nas proximidades do Canal São Joaquim, no bairro da Sacramenta. Por lá, é comum encontrar pontos que acumulam lixo, como garrafas de vidro, plásticos e pneus pela via, itens que são considerados verdadeiros berçários para o mosquito. “No final culpam a Prefeitura de Belém, mas são os próprios moradores que sujam o local”, declarou o autônomo.

Dona Marta do Espírito Santo, 63, contou que um dos maiores medos é que esses entulhos possam colocar em risco a própria saúde e da família. “Eu nunca peguei dengue, nem zika e nem chikungunya, mas o medo existe. Em casa eu tento ter todos os cuidados para evitar essas águas paradas, principalmente nos vasos das plantas. Espero que os meus vizinhos façam o mesmo”.

Já no final do Conjunto Paraíso dos Pássaros, no Maracangalha, a situação é ainda pior, pois além de quase um quarteirão de lixo espalhado pela rua, é comum encontrar crianças brincando em meio à sujeira. “Não tem jeito, pois todo dia esse espaço é limpo. Graças a Deus nunca adoeci, mas conheço vizinhos que ficaram ruim de dengue”, lembrou a aposentada Maria Audenir, 66.

Orientações

A coordenadora de endemias da Sesma, Mara Costa, deu dicas de proteção. Confira!

  • Certifique-se que a caixa d’água e outros reservatórios estejam vedados
  • Despejar lixo corretamente, já que ao parar na rua pode acumular água
  • Guardar pneus em locais cobertos
  • Garrafas devem ficar com a boca virada para baixo
  • Retirar folhas ou outro tipo de sujeira do quintal
  • Realizar limpeza periódica dos ralos e esgotos
  • Retirar o acúmulo de água de trás da geladeira ou do ar-condicionado
  • Use areia nos pratos dos vasos de plantas
  • Manter as piscinas limpas