Pryscila Soares
Ocupações e atividades diversas compõem a rotina nos canteiros localizados em algumas das principais vias da capital paraense. A população utiliza os espaços de várias formas, seja para praticar atividades ao ar livre como caminhadas e se locomover de bicicleta em ciclovias. Há também carros e quiosques com a venda de café da manhã e refeições, pontos de táxi, áreas para estacionamento, parquinhos para crianças, bancas de revistas, entre outros.
O canteiro situado ao longo da Avenida Rômulo Maiorana (antiga 25 de Setembro), no bairro do Marco, é um dos mais emblemáticos da cidade. No perímetro entre as travessas Enéas Pinheiro e Pirajá, por exemplo, há alguns trabalhadores autônomos que aproveitam a movimentação na área, inclusive de quem pratica atividades ao redor do Bosque Rodrigues Alves, para comercializar os cafés da manhã em carros de lanche.
Na mesma área também chama a atenção um espaço onde foi posicionada uma imagem de Nossa Senhora de Nazaré em uma espécie de arco, junto com duas cadeiras. De acordo com trabalhadores da área, o local foi ornamentado por moradores e o objetivo seria homenagear a santa, sobretudo no mês de outubro durante a celebração do Círio.
Há 16 anos, a venda de café é o que garante o sustento da família da autônoma Marivete Oliveira, 68. Ela conta que, quando iniciou a atividade, o espaço era é um pouco diferente do que se vê hoje. Não era tão arborizado e os autônomos também sofriam pressão dos órgãos de fiscalização da prefeitura, à época.
“Foi uma forma de garantir o sustento da minha família. Minha filha me ajudou. Eu não queria porque não tinha nem ideia de como fazer uma tapioca. Mas enfrentei e estamos aqui há 16 anos. Tinham só duas pessoas que já trabalhavam com café aqui. As barraquinhas são mais recentes. Às vezes ficávamos aperreados quando a Secon aparecia, era um sufoco. Mas agora a gente espera que fique tudo legalizado, porque vamos ocupar um quiosque. Era isso que estava faltando. Tem cliente que passa a manhã todinha aqui”, informa Marivete, ao falar da obra que a Prefeitura está realizando no local e prevê a construção de quiosques para comportar a atividade.
DUQUE
Já o canteiro da Avenida Duque de Caxias além do espaço da ciclovia e passagem de pedestres, o local também possui áreas destinadas ao estacionamento de veículos de passeio e táxis. Na esquina com a travessa Angustura existe um antigo ponto de táxi que atende a população.
Entre os taxistas que atuam ali está Marco Castro, 58, que trabalha desde 2020 naquele ponto. Os trabalhadores viram o movimento cair após o fechamento de um supermercado próximo. Eles aguardam a reabertura do empreendimento para que o local volte a ser movimentado.
“Quando o supermercado funcionava, eu ficava uma média de 10 horas por dia. Enquanto está sem funcionar, cai para 7 horas de trabalho, no máximo, porque não tem muito movimento. A demanda maior era daí. Os mais antigos têm uma clientela. Vai melhorar quando o supermercado estiver funcionando, porque a economia gira em torno disso. A gente paga IPTU, trabalhamos de forma organizada”.