Pryscila Soares
Transitar pelo Centro Comercial de Belém, no bairro da Campina, pode ser um grande desafio para os pedestres, que costumam enfrentar muitos obstáculos pela frente. Barracas, manequins, mesas e cadeiras obstruem os espaços destinados ao tráfego das pessoas. E, para piorar, a maior parte das calçadas está em condições precárias. Esta é a situação que a população encontra quando necessita se locomover pelo local.
Os problemas de mobilidade na área podem ser observados desde a Avenida Presidente Vargas, onde as calçadas são ocupadas por vendedores ambulantes, o que reduz o espaço para a passagem dos transeuntes. Mas, o maior problema continua sendo as condições das calçadas.
No perímetro entre as ruas 28 de Setembro e Manoel Barata, o piso tátil já não existe mais e a calçada está totalmente deteriorada com buracos e desnivelamento. Os mais prejudicados com o descaso são os portadores de deficiência física, idosos e pessoas com mobilidade reduzida.
A aposentada Jandira Silva, 68, é usuária do transporte público e, quando precisa sair de casa, procura andar com muita atenção e cuidado pelo local. Além de ser idosa, ela conta que tem um problema na perna, o que reduz a sua flexibilidade e mobilidade. Caminhando pela Presidente Vargas, ela se deparou com uma calçada desnivelada, com a descida muito baixa e o asfalto alto.
“É uma vergonha. Tenho dificuldade, tenho problema nas minhas pernas. Às vezes peço para alguém me ajudar a descer e subir de uma calçada desse tipo. Uma vez eu caí na Pedreira, porque a calçada era alta. Devido à minha dificuldade, a perna falhou. A gente cai, a gente se quebra, enfim. É uma vergonha, ninguém vê. Em Belém não tem uma calçada adequada para ninguém. Ninguém pensa na terceira idade e no cadeirante”, critica.
Dificuldade
Pelas ruas do comércio, os riscos de acidentes durante a caminhada estão por toda parte. Calçadas danificadas, buracos, paralelepípedos soltos e obstáculos estão entre os problemas do local. Na travessa Padre Prudêncio, por exemplo, chama a atenção de quem passa pelo local uma parte intrafegável da calçada, totalmente deteriorada. O pedestre é obrigado a passar por ali e correr o risco de cair ou torcer o pé. Ou andar pela rua em meio aos veículos.
O porteiro Reginaldo Buriti, 63, que atua há 30 anos no comércio, disse que já perdeu as contas de quantas pessoas caíram naquela parte da calçada. “Já caiu muita gente aqui. A calçada era plana, mas cedeu e está assim há uns cinco anos. É difícil para qualquer pessoa e mais ainda para uma pessoa com idade avançada. Era para serem feitas muitas coisas aqui, principalmente essas calçadas, padronizar, porque tem muitas danificadas. Queria que o pessoal olhasse com um pouco mais de carinho, porque isso aqui é o comércio de Belém, é o centro”, declara.
O Diário solicitou uma posição das secretarias municipais de Urbanismo (Seurb) e de Economia (Secon) sobre as situações das calçadas de Belém, no entanto, nenhuma resposta foi enviada até o momento.