A COP30, primeira edição da Conferência do Clima da ONU realizada na Amazônia, terá como cenário uma Belém mais alinhada com soluções sustentáveis. Entre os destaques locais está o projeto “Bioembalagens da Amazônia”, desenvolvido pelo Laboratório de Biossoluções e Bioplásticos da Amazônia (Laba) da UFPA, com apoio da Fapespa, UEPA, Senar e Fadesp.
A iniciativa propõe a produção de embalagens biodegradáveis a partir de amido de mandioca e caroço de açaí, dois elementos simbólicos da cultura e agricultura do Pará. A proposta é oferecer uma alternativa viável ao plástico derivado de petróleo, ajudando a reduzir a poluição ambiental — especialmente nos oceanos.
“Queremos aliar inovação tecnológica com sustentabilidade, aproveitando matérias-primas locais e fortalecendo a bioeconomia da região”, explica o professor José de Arimateia Rodrigues, coordenador do projeto.
🌍 Contra a crise do plástico
A urgência da iniciativa é evidente: segundo a ONU, 85% dos resíduos encontrados nos oceanos são plásticos. Projeções apontam que, até 2040, esse volume pode alcançar 37 milhões de toneladas por ano.
Estudos da UFPA revelam que 98% dos peixes analisados na Amazônia contêm microplásticos. O projeto busca reverter esse cenário, estimulando a reutilização de resíduos agroindustriais e promovendo cadeias sustentáveis.
🧪 Ciência com impacto social e ambiental
As bioembalagens estão em fase de análises físico-químicas, produção de filmes biodegradáveis e testes de aplicação industrial. Além da preservação ambiental, o projeto atua como um centro formador de profissionais, envolvendo alunos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
A pesquisa também se integra a marcos estratégicos do Governo do Pará, como:
- Plano Amazônia Agora (PEAA)
- Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (PEMC)
- Estratégia Estadual de Bioeconomia (PlanBio)
O projeto está alinhado a diversos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, como:
- ODS 12: Consumo e produção responsáveis
- ODS 13: Ação contra a mudança climática
- ODS 14: Vida na água
- ODS 15: Vida terrestre
“A Amazônia é também um centro de inovação. Nossa ciência pode transformar o futuro climático do planeta”, reforça José de Arimateia.