Grande Belém

Bicicletada homenageia palhaça Miss Jujuba em Belém

O encontro dos ciclistas, a maioria formada por mulheres, aconteceu no Memorial da Cabanagem, que seguiram até a Praça da República vestidos com camisas com o rosto da homenageada. Foto: Alexandre Nascimento
O encontro dos ciclistas, a maioria formada por mulheres, aconteceu no Memorial da Cabanagem, que seguiram até a Praça da República vestidos com camisas com o rosto da homenageada. Foto: Alexandre Nascimento

Alexandre Nascimento

Ciclistas de vários coletivos promoveram, na noite desta sexta-feira (12), em Belém, a bicicletada em homenagem à palhaça circense venezuelana, Miss Jujuba. Batizada Julieta Hérnandez, 38 anos, ela foi encontrada morta no último dia 5 de janeiro na cidade de Presidente Figueiredo, no Amazonas (AM), após estar desaparecida por 13 dias por ocasião de sua viagem feita de bicicleta, rumo ao seu país natal para encontrar os familiares e comemorar as festas de final de ano.

Batizada Julieta Hérnandez, 38 anos, ela foi encontrada morta no último dia 5 de janeiro na cidade de Presidente Figueiredo, no Amazonas (AM).

O encontro dos ciclistas, a maioria formada por mulheres, aconteceu no Memorial da Cabanagem, que seguiram até a Praça da República vestidos com camisas com o rosto da homenageada, cartazes com dizeres que pedem justiça sobre o caso de feminicídio, assim como pessoas usando nariz e roupas de palhaço, uma vez que Miss Jujuba se vestia desta forma.

O encontro foi realizado justamente porque a palhaça Jujuba era praticante de pedal, uma vez que há quatro anos veio da Venezuela ao Brasil a bordo de sua bicicleta, para apresentar seu talento circense. “Eram duas coisas que ela gostava de fazer, pedalar e apresentar sua arte para animar pessoas”, disse Ruth Costa, coordenadora do Pará Ciclo.

“Eram duas coisas que ela gostava de fazer, pedalar e apresentar sua arte para animar pessoas”, disse Ruth Costa, coordenadora do Pará Ciclo.

Ainda de acordo com a coordenadora, a cidade de Belém foi uma das visitadas pela venezuelana. “Ela esteve aqui em dezembro de 2022, quando ela reuniu ciclistas e até se apresentou no Teatro Waldemar Henrique, onde nos encantou com a arte circense de palhaça, que foi sua grande marca”, completou Ruth Costa.

Mas, além das lembranças da vida da palhaça Miss Jujuba, a bicicletada também marcou o protesto à violência contra a mulher, seja entre ciclistas ou não, que coloca o Brasil na posição indigna entre os cinco países que mais registram casos de feminicídio no mundo. “A gente ouve as pessoas dizerem que ela morreu porque estava pedalando sozinha. Mas, isso não deu o direito de a Jujuba ser morta”, declarou Ruth Costa.

“Nós mulheres ouvimos insultos por pedalarmos, como; ‘vai trabalhar, vagabunda’. Até nessa prática saudável, não somos respeitadas. Por isso, é muito importante protestarmos pela Jujuba, pois envolve todas nós mulheres”, concluiu Leila Brasil, 55 anos, ciclista.

É muito importante protestarmos pela Jujuba, pois envolve todas nós mulheres”, concluiu Leila Brasil, 55 anos, ciclista.